No Geresol, um grande passo para o tratamento de resíduos

Publicada em 22/05/2015 às 16:42

Se há dois anos Jundiaí ainda via como um sonho dar grandes passos no tratamento de resíduos sólidos, agora a realidade está cada vez mais próxima e já ganha forma no Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Está em fase de testes no local a leira, equipamento que faz a compostagem de resíduos orgânicos.

A tecnologia é alemã, da empresa UTV, cujos representantes estão na cidade para a montagem e treinamento da equipe da Secretaria de Serviços Públicos para a operação. Todo o sistema funciona via wireless e um software gerencia em tempo real. Os testes com o equipamento serão feitos por seis meses, dentro do projeto I-NoPa, parceria entre Jundiaí e Alemanha.

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Todo o sistema funciona via wireless e um software gerencia tudo em tempo real

Todo o sistema funciona via wireless e um software gerencia tudo em tempo real

Os primeiros materiais em uso são galhos e restos de feira. O processo todo, até que o composto seja gerado, leva 21 dias. Após isso, uma análise química e biológica será feita para avaliar a qualidade do material gerado. “Depois saberemos quais são as possibilidades de uso. Entre elas, estabilização de solo para a agricultura ou adubo no geral”, explicou o secretário de Serviços Públicos, Aguinaldo Leite.

Ele comenta que após os testes e comprovada a qualidade do produto, a ideia é incentivar o uso desse material por agricultores.

Segundo o engenheiro agrônomo, operador de compostagem e representante da UTV, Marco Aurélio Salvaro de Souza, na Alemanha esse tipo de material é usado em produções de uva. “É um excelente adubo.” Ele explica que após os testes com resto de feira, outros materiais serão usados, como resíduo sólido urbano e até lodo de esgoto. “Esse é um sistema de compostagem simples, sem chorume, moscas ou mau cheiro e baixo custo operacional.”

Entre os subprodutos gerados no trabalho com a leira, além dos compostos, estão o biogás e os Combustíveis Derivados de Resíduos (CDRs). O equipamento pode processar, a cada seis semanas, 130 toneladas de resíduos. No Brasil, Jundiaí é um município pioneiro no uso das leiras. No Mundo, há em 22 países 80 unidades desse equipamento.

Aguinaldo destaca que essa tecnologia foi atestada pela Universidade de Braunschweig, parceira de Jundiaí no I-Nopa. “Esse fator foi determinante para a escolha das leiras nessa fase de testes. Pelo fato de estar dentro do I-Nopa, não tivemos custo algum com os equipamentos.”

Após o período de testes, Jundiaí decidirá se vai adquirir a tecnologia para operar permanentemente no município. “Para tomar uma decisão sobre o assunto, analisaremos a qualidade do material, capacidade de produção, economia e viabilidade de instalação. Já estamos em contato com o banco alemão KFW para que o financiamento para esse e outros equipamentos seja avaliado.”

Todas as análises serão feitas em um laboratório em fase de montagem no Geresol. Em 15 dias ele deve passar a operar.

Mais equipamentos
Geresol recebeu ainda um contêiner, também usado para o tratamento de matéria orgânica. Ele será montado nos próximos dias e, em breve, passará a operar.

Além disso, recentemente o Centro de Gerenciamento de Resíduos recebeu esteiras que tornaram a separação dos resíduos da coleta seletiva mais rápida e eficiente. O aproveitamento das cerca de 800 toneladas mensais desse material aumentou de 20% para 40% do total.

Comprovada a qualidade do material, ele pode ser usada de diversas maneiras

Comprovada a qualidade do material, ele pode ser usada de diversas maneiras

Luana Dias
Fotos: Fotógrafos PMJ


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2015/05/22/no-geresol-um-grande-passo-para-o-tratamento-de-residuos-solidos/

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