Dos trilhos à galeria do Teatro Polytheama

Publicada em 23/04/2013 às 19:17

O tema são os trilhos, a ferrovia. Por isso, nada mais propício do que iniciar o workshop “Todos os trilhos” dentro de um trem para aguçar a imaginação e aflorar a inspiração dos integrantes do grupo. Foi assim, durante a viagem de trem entre São Paulo e Jundiaí, no sábado (20), que os alunos do artista Renato Hofer começaram a montar os “cadernos de artista”, a proposta do trabalho.

Renato Hofer agregou o trabalho produzido no workshop à exposição

Renato Hofer agregou o trabalho produzido no workshop à exposição

Para os alunos de Jundiaí, a experiência não incluiu a viagem de trem. Mas isso não foi problema, pois eles puderam se inspirar no clima da estação ferroviária da cidade, onde encontraram Renato e o restante do grupo na gelada manhã de sábado. “Me interessei por esse workshop principalmente pela proposta, que é elaborar o caderno”, contou a artista plástica jundiaiense, Paula Pestana, enquanto aguardava os outros participantes na plataforma da estação.

O workshop promovido por Renato, arquiteto de profissão, faz parte da exposição que leva o mesmo nome, em cartaz desde o dia 6 de abril na galeria do Teatro Polytheama. “A ideia do workshop é resgatar esse meu trabalho que está em exposição, que é composto por fotos, desenhos, vídeo. Tudo relacionado à ferrovia”, conta, lembrando que a exposição é resultado de 20 anos de trabalho.

Para a artista plástica Rubi, o trabalho foi especialmente emocionante

Para a artista plástica Rubi, o trabalho foi especialmente emocionante

“Morava em Santo André e trabalhava em São Paulo e, nesta época, sempre usei a ferrovia. É um meio fascinante de se locomover pela cidade. Parece um traveling, é um movimento contínuo, que não se interrompe”, explica Renato.

“Inclusive, na exposição tem um vídeo que fiz durante uma viagem pela ferrovia, de Jundiaí até Rio Grande da Serra, que mostra toda a paisagem do caminho.”

Segundo Renato, o objetivo de fazer o workshop em movimento, além de tentar mexer com a emoção dos participantes, foi aproximar fisicamente o público e a exposição. “Eles puderam vivenciar o espaço em que a exposição foi criada. Na galeria você não tem ideia do que o artista passou para produzir a obra, principalmente esta, que foi feita fora do ateliê, em um espaço aberto.”

Emoção
A estratégia de mexer com a imaginação dos participantes durante a viagem de trem foi especialmente emocionante para a artista plástica Rubi Imanishi. Ela nasceu no Japão e veio para o Brasil com 7 anos. “Me identifiquei muito com o tema, com esta exposição. A viagem de trem me deixou emocionada”, disse Rubi.

Ela conta que, quando criança, era comum viajar de trem no Japão. “Inclusive, trouxe uma cópia da foto de uma destas viagens para compor o meu caderno do artista”, contou Rubi, mostrando a foto de quando tinha apenas 5 anos. “Lembro perfeitamente deste dia. Estava com um grupo de parentes e amigos. Íamos pescar. Muito parecido com o que aconteceu aqui hoje, vindo para cá com o grupo do workshop.”

Rubi comentou ainda a importância deste tipo de experiência. “Despertar essa emoção ajuda no desenvolvimento do trabalho do artista, o modo de a gente se expressar.”

O grupo de artistas seguiu a pé da estação ferroviária até o Polytheama, destino final do workshop. Lá, os participantes finalizaram os cadernos, que foram agregados à exposição – com término previsto para esta quinta-feira (25).

Por Niza Souza
Fotos: Paulo Grégio


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2013/04/23/dos-trilhos-a-galeria-do-polytheama/
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