Guarda Municipal forma região para uso de arma não letal
Publicada em 24/01/2014 às 13:31Na pele. Foi assim que os efeitos da Spark, uma arma de eletrochoque, foram sentidos por guardas municipais de Jundiaí e municípios da Aglomeração Urbana (AUJ). O curso para manuseio do equipamento foi ministrado pela Guarda Municipal de Jundiaí nos dias 21, 22 e 23 de janeiro. A partir de agora, 10 GMs da cidade estão habilitados a usar a arma não letal.
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Além dos guardas do município, o curso formou dois GMs de Itupeva (município que já tem o equipamento), como operadores; e outros 13, apenas como ouvintes, de cidades que ainda não têm a arma, como Campo Limpo, Jarinu, Cabreúva e Várzea Paulista. As aulas, cada uma com 4 horas, também contaram com a participação de três jornalistas da imprensa local.
Com informações e instruções do inspetor e coordenador operacional da GM de Jundiaí, Cláudio Ferigato, os guardas aprenderam legislações, manuseio correto e seguro da arma, quais as circunstâncias de uso e conservação do equipamento.
Depois de todos esses estudos, a parte prática foi intensa. Todos aprenderam desde colocar as baterias na arma, trocá-las, colocar o cartucho (cuja ‘munição’ são dois dardos), como ejetá-lo, como deixar o dispositivo inoperante, entre outros itens. Além disso, os GMs manusearam o equipamento com o cartucho e sem ele. E atiraram em um alvo, para visualizar a chegada dos dardos no corpo humano e a corrente de energia.
Com apoio de médico e enfermeira da equipe da Coordenação de Eventos de Saúde, da Prefeitura de Jundiaí, todos os participantes do curso passaram por uma consulta, na qual pressão arterial e batimentos cardíacos foram avaliados para o capítulo do curso que deixou todos, inclusive a jornalista que aqui escreve, ansiosos. Por pressão alta e uso de medicamentos controlados, alguns não puderam ser alvejados pela Spark e sentir a intensidade do choque.
Outros foram vetados para não correr riscos. E quem participou do choque, como eu, sentiu o baque. A sensação é de incapacidade. O choque impulsiona o corpo para a frente e deixa quem é atingido sem reação. A queda é inevitável, o que vai facilitar, e muito, o trabalho dos GMs nas ruas, em ocorrências que exigem a contenção de algum indivíduo.
O motivo de os guardas sentirem o impacto da arma foi um só: pensar duas vezes antes de usá-la em ocorrências. “O uso não pode ser banalizado. A arma deve ser usada com critério. O emprego dela só deve ser feito em situações com o nível de ameaça elevada, que requeiram o uso proporcional da força”, frisou Ferigato.
Controle
De acordo com ele, na escala de uso de armas não letais, a Spark vem por último, e está apenas a um estágio do uso de força letal. Nessa escala, antecedem o uso da arma o comando verbal para negociação, uso de irritantes como pimenta e lacrimogêneo, aplicação de som, luz e fumaça; e só depois o impacto do choque.
O uso dessa arma não será indiscriminado, ressalta o inspetor. A Spark tem um dispositivo que interrompe o choque. E, caso o GM não o acione, o choque dura no máximo até 5 segundos. Quando sai da arma, a descarga é de 50 mil volts. No entanto, quando chega à pessoa atinge de 3 a 5 mil volts. “Toda tecnologia não letal não é 100% garantida. Há consequências no uso e por isso seremos muito rigorosos.” Segundo ele, o equipamento possui uma memória, que armazena o histórico dos últimos 1 mil choques: quando foram dados, horário e tempo de disparo. “Isso poderá nos ajudar nos casos de abuso no uso da arma.”
A Spark poderá ser usada em ocorrências que envolvam, no mínimo, três guardas. “O objetivo é a preservação da vida, por isso a GM opta pelo uso dessa tecnologia, como o máximo de cuidado.
Por Luana Dias
Fotos: Dorival Pinheiro Filho
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