Dieta adequada garante saúde e ambiente, afirma debate
Publicada em 02/06/2014 às 18:27Em mesa redonda promovida nesta segunda-feira (2), dentro da Semana do Meio Ambiente, os efeitos da obesidade no País foram discutidos desde a saúde na infância, com problemas como hipertensão e diabete, como na economia, com o estímulo ao consumo dos alimentos industrializados com açúcar, gordura e aditivos químicos, no lugar da economia saudável. Os danos tanto para os indivíduos quanto para o ambiente foram temas de debate.
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E na conversa os participantes foram unânimes: os hábitos dos cidadãos, hoje considerados um problema, também podem ser a solução.
“Nossa campanha, que já está presente em 32 países, visa convidar as pessoas para realizarem um dia sem carne animal por semana. Apenas nesse dia, que batizamos de Segunda Sem Carne, são economizados 792 litros de água, evitado o desflorestamento de 6,6 m² e evitada a emissão de 50 quilos de dióxido de carbono. Isso por cada pessoa”, explicou Guilherme Carvalho, da Sociedade Vegetariana Brasileira.
O raciocínio para justificar a economia da água é o seu consumo duplicado no caso da carne animal, pois é usada tanto no cultivo do cereal (para a ração), como a água usada durante o próprio crescimento do animal até seu momento de abate.
Mesmo sem mudar radicalmente a dieta, é possível colocar um pouco mais de equilíbrio dentro dela. A nutricionista Rita Stringari de Francesco, da Secretaria Municipal de Saúde, mostrou que em sete latinhas de refrigerantes consumidas por semana, uma delas será apenas de açúcar. “E isso acontece também com a maioria dos produtos industrializados, como sucos, embutidos, batatas fritas e fast food”, comentou, ressaltando que esse é um hábito seguido por muitas crianças e adolescentes.
Coube ao agrônomo Sérgio Mesquita Pompermayer, da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, lembrar que a disputa econômica também acontece no setor rural com seus modelos de agroindústria e de agroecologia. “Uma das respostas está no consumo consciente, no qual as pessoas possuem as informações necessárias para fazerem suas escolhas possíveis”, defendeu.
O debate, organizado pela Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, contou ainda com o pesquisador Afonso Peche Filho, do Instituto Agronômico, que destacou exemplos como a crise hídrica para afirmar que o concreto urbano não produz água. “Se não entendermos a agricultura dentro de um novo paradigma de soberania alimentar, serviços ambientais e necessidade urbana o problema será ainda maior”, afirmou.
Para o diretor de meio ambiente, Flávio Gramolelli Júnior, e para a gerente da Coordenadoria de Bem Estar Animal, Vânia Plaza Nunes, a mesa redonda alcançou um alto nível de qualidade para as reflexões da semana relacionada ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta-feira (5).
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Cleber de Almeida
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