Projeto usa museu para criar ‘idosos artistas’
Publicada em 18/06/2014 às 18:48Um projeto-piloto aplicado com idosos residentes do Lar Nossa Senhora das Graças – em uma parceria do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí e da Coordenadoria Municipal do Idoso – mostrou seus resultados, nesta quarta-feira (18), para os participantes e para muitos estudantes que conheceram a iniciativa, na própria instituição que atende os idosos. E será apresentado também em um congresso de museologia na próxima quarta-feira (25) em Lima, no Peru. LEIA TAMBÉM UBS São Camilo mostra que a ‘melhor idade é verde’ A exposição desta quarta reuniu os trabalhos feitos pelos idosos e peças do acervo do museu. “Sei o nome de todos esses objetos antigos que trouxeram para a exposição aqui porque eu também sou antiga”, brincou Benedita Batista de Paula, de 87 anos, diante de um quadro que pintou. Além de visitas ao Solar do Barão e à Pinacoteca Municipal, o projeto usou estímulos sensoriais como uma mesa de modelo para pinturas de natureza viva com toques olfativos (como alfazema) e a valorização do conhecimento.
De acordo com a socióloga Creusa Claudino, da Secretaria de Cultura, o projeto-piloto chamado “Para Ficar na Memória: Visitas ao Museu” tem o objetivo de buscar elementos para o trabalho educacional e interativo e contou com a colaboração da equipe do museu. “Evidenciamos o que já ocorre em outros lugares do mundo, que os museus precisam ter vida e conexão com a comunidade. Para isso usamos recursos multissensoriais e lúdicos”, comentou ao mostrar um vídeo editado a partir da experiência das visitas. Mostra O Lar Nossa Senhora das Graças, um dos legados do movimento vicentino na cidade, entrou com a professora de arte Isabel Lopes e com a assistente social Laiza Costa Bissol. Mas até a ex-diretora, a irmã Estella, participou do projeto. “Ficou muito bonito”, definiu a estudante Ana Lara Souto, de 9 anos, que visitou a mostra. A experiência também foi visitada pela supervisora de arte da Secretaria de Educação, Conceição Aparecida Costa, que chamou a atenção para o lado lúdico, como das molduras vazadas que permitiam a qualquer pessoa “transformar-se” em um retrato.
Para a Coordenadoria Municipal do Idoso, que participou do projeto com Cláudia Sartori e Sônia Menin, o melhor saldo do evento é a comprovação de novas possibilidades para esse segmento da população. “Termos a Prefeitura de Jundiaí deixando seus espaços para testar novos projetos na própria comunidade é fantástico”, destacou Cláudia. Entre outros colaboradores e participantes do projeto, fica a empolgação da pintora Maria Aparecida Sacramoni (a Xuxu), que descobriu a terapia da pintura, e até do especialista aposentado em circuitos fechados de vídeo, Orlando dos Santos Pinto. “Não fui aprender a pintar, mas é um prazer ver colegas descobrindo novos caminhos”, comentou. José Arnaldo de Oliveira Foto: Alessandro Rosman
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