Cuidar da natureza é o foco principal em casos de fogo na Serra
Publicada em 15/10/2014 às 18:49O subinspetor Márcio Rodrigues de Castro Júnior mostra alguns carcarás sobrevoando uma área queimada próximo ao Colégio Agrícola. “São nossa companhia nesses casos, pois buscam alimento em animais visíveis no solo exposto”, explica. A relação com a natureza, inclusive nos riscos, faz parte do trabalho cotidiano da Divisão Florestal da Guarda Municipal.
É meio-dia de quarta-feira (15), quando a equipe atende um alerta de foco na borda do território da Serra do Japi, na divisa entre o bairro Vale do Cebrantes e a Fazenda Rio das Pedras. Os indícios mostram que algum morador ateou fogo num móvel velho, em um terreno vazio, e as chamas passaram a cerca e chegaram até a margem da rodovia Dom Gabriel Paulino Couto.
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O guarda Marcondes Ferreira segue com Castro para o controle do fogo, agora na pastagem, usando apenas um abafador. “Com o vento a nosso favor é possível cuidar desse caso apenas assim. Mas a fumaça e o fogo espalhado pelo vento contrário tornaria a situação muito mais difícil”, explica. A chegada de funcionários da fazenda, com bombas de água, completa a solução para o rescaldo necessário. No total, cerca de 2,5 mil metros quadrados ali e outros 9,5 mil metros quadrados no terreno vazio que originou o fogo.
Os equipamentos usados nos combates são todos revisados na base chamada PA 11, na Ermida, onde o guarda Roberto Carbonelli “lima” as foices e as enxadas, observa as conexões dos “costais” (mochilas grandes que carregam água na mata) e também os abafadores, feitos do mesmo material da mangueira usada pelos bombeiros – a borracha comum derrete no calor de um incêndio florestal.
“Eu estava aqui por estes dias e uma onça suçuarana chegou bem perto pela estradinha, antes de sumir novamente no mato. Penso que é por ainda termos coisas assim que temos esse trabalho, evitar que o fogo chegue na serra e, principalmente, na reserva biológica”, conta Carbonelli.
Controle
Ele também destaca que o controle inicial de um foco, com abafadores (que podem ser de galhos de folhas verdes, quando existem) é algo que se ensina em palestras, como a realizada pela Guarda Municipal a funcionários da Fazenda Ermida, nas vizinhanças.
“Nossa maior diferença é que incêndios em áreas do entorno, mais abertas, muitas vezes são altos e bem visíveis. Lutamos para evitar que virem florestais mesmo, porque além da topografia pode haver o fogo de serapilheira (material de origem vegetal, formado por folhas, galhos, flores e frutos), baixo e menos visível”, explica o guarda Marcondes.
Para o subinspetor Castro, os equipamentos de proteção e de deslocamento que a Divisão Florestal conta atualmente são resultados da experiência acumulada. “Jundiaí é uma cidade diferenciada nesse sentido e lutamos para dar respostas adequadas aos incêndios. Mas a estiagem e a irresponsabilidade de algumas pessoas podem gerar muitos prejuízos para a comunidade”, comenta.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Paulo Grégio
Assista à reportagem da TVE Jundiaí
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