Debate do Instituto Federal de Jundiaí lota auditório
Publicada em 07/10/2014 às 15:14O auditório da Biblioteca Municipal Prof. Nelson Foot ficou pequeno na noite de segunda-feira (6). O espaço foi tomado por jovens estudantes do Instituto Federal de Jundiaí e pelo público em geral, que compartilhavam de um mesmo objetivo: debater e jogar luz no descompasso entre o desenvolvimento tecnológico e o desenvolvimento humano.
Esse foi o tema central da mesa-redonda “Tecnologia e Desenvolvimento Humano: confluências”, que fez parte da agenda da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O Instituto Federal de Jundiaí é um embrião da Universidade Pública Federal e faz parte do Programa de Metas criado pelo prefeito Pedro Bigardi. O objetivo é garantir a valorização da educação e o acesso da população ao ensino superior.
“É o primeiro evento de peso realizado pelo Instituto aqui em Jundiaí. Temos debatedores de altíssimo nível acadêmico e de qualidade comprovada em áreas distintas, que irão abordar o mesmo assunto sob perspectivas diferentes”, apontou o diretor do Instituto Federal do campus Jundiaí, Reginaldo Vitor Pereira.
Na plateia, o jovem Paulo César Grecco, de 20 anos, estava ansioso para o início da sessão. Ele é um dos 120 alunos matriculados no Instituto Federal de Jundiaí e cursa gratuitamente a disciplina de “Técnico em Comércio”, que teve início em julho deste ano.
O jovem, que estava desempregado, conquistou uma vaga em um escritório de contabilidade logo após dar início às aulas. “Moro com a minha mãe, Margarete, no Caxambu. Ela é pensionista e, com meu salário, ajudo integralmente nas despesas de casa”, conta, feliz da vida. “O Instituto Federal ainda vai pagar todo o meu vale-transporte”, garante, dizendo que se surpreendeu positivamente com o curso.
Fatos e Fotos
Enquanto os debatedores se preparavam, Paulo César e outros alunos tiveram tempo de conferir um painel composto por 15 imagens, fixado na lateral do auditório, que complementava a pauta da mesa-redonda. A mini exposição fotográfica revelou imagens de uma expressividade tocante, sobre a viagem do fotógrafo inglês Mark Sepple a uma colônia da Tanzânia, e em como as crianças em situação de extrema pobreza lidavam com o olhar tecnológico da lente da câmera.
O mediador Whisner Fraga Mamede, pró-reitor da instituição no campus de São Paulo, argumentou que o Instituo Federal não deve ser apenas um ofertante de cursos, “mas também tem de fazer parte do contexto social onde está inserido, por meio de debates sobre temas que incomodam e que são caros à sociedade”.
Já o professor Sinésio Ferraz Bueno, docente da Unesp e doutor em História e Filosofia, estava pela primeira vez em Jundiaí. Componente da mesa, Sinésio foi enfático ao alegar que “a civilização está pecando no domínio desenfreado da natureza. O processo deveria estar subordinado à ética e não à lógica do capital”, apontou.
Ao lado dele, Michel Marson, doutor em economia pela USP e docente na universidade Federal de Alfenas, e Victor Pellegrini Mammana, doutor em Física pela USP e diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, completavam o time.
Também presentes o diretor do EJA (Educação de Jovens e Adultos) de Jundiaí, José Ronaldo Pereira, e a vereadora Marilena Negro, que representou a Câmara Municipal.
Thiago Secco
Fotos: Dorival Pinheiro Filho
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