Ponte Torta faz crianças voltarem no tempo na 9 de julho
Publicada em 28/11/2014 às 17:59Ao lado de uma carreta personalizada na avenida Nove de Julho, bastava perguntar para as crianças o que achavam da Ponte Torta. O estudante Pedro Henrique Faria, de 12 anos, contava que estudou sobre patrimônios coletivos e conheceu a Ponte Torta. “Agora tivemos a oportunidade de reconstruí-la”, disse. Seu colega Vinícius Nascimento, de 11 anos, admite que seu maior sonho agora seria andar por ela.
Eles foram alguns dos 60 participantes mirins do projeto Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta, que, nesta sexta-feira (28) estacionou sua carreta itinerante na praça da esquina das avenidas Nove de Julho e Luiz Latorre.
“Vamos agir diretamente no monumento, mas entendemos que os patrimônios históricos merecem ser vividos não só pela população mais antiga, que viveu momentos ali, como também pelas crianças que precisam fazer parte de seu futuro”, afirma a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti.
Os estudantes são ligados ao complexo de atividades do Serviço Social da Indústria (Sesi) e trabalharam conteúdos ligados ao tema em outubro, em parceria com o Museu Histórico, da Secretaria de Cultura. Com a carreta itinerante do projeto da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, também da Prefeitura de Jundiaí, surgiu uma metodologia para encerrar o ciclo.
“Foi maravilhoso trabalhar esse tema dentro de sala de aula e nas atividades externas”, comenta a professora Nívea Massaretto Verger.
A metodologia de trabalhar com conceitos relacionados aos tijolos em reproduções lúdicas, feitas com materiais como espuma, permitiu que as próprias crianças tivessem a experiência de formar um arco, por exemplo. De acordo com Magda Garcia da Rosa e Marcos Antonio de Oliveira, da equipe do Estúdio Sarasá, essa metodologia de trabalho vai ficar disponível para uso na rede pública ou particular em 2015.
“O tijolo e o arco são produtos desenvolvidos a partir dos gregos. Podemos ver suas variações com influências romanas, árabes e em gênios como Gaudi, com suas nervuras de tijolos pequenos, ou Niemeyer, com suas curvas já descoladas do tijolo. Ter um monumento como a Ponte Torta, do século 19, é um bônus para Jundiaí”, afirmou o especialista do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Victor Hugo Mori, que contribuiu com as reflexões feitas no período da tarde com técnicos e estudantes.
Para as crianças, o coordenador do projeto, Toninho Sarasá, deixou um recado que também pode ser útil para todas as pessoas interessadas no conceito de zeladoria adotado pelo projeto da Ponte Torta. “Como lição de casa, vocês podem fazer uma pesquisa sobre as marcas grafadas nos tijolos e sobre o arco, técnica presente em muitas obras europeias e na Ponte Torta. Em muitos casos, podem ser de ancestrais de famílias bastante próximas de nós na cidade”, afirmou.
Em dezembro, a carreta itinerante vai chegar a novos pontos da cidade. Em todos haverá gravação de depoimentos e os temas das oficinas vão variar a cada semana.
Na sexta (5), das 14h às 17h, vai estar no Complexo Fepasa, onde também funcionam os cursos da Fatec Jundiaí e o Museu da Companhia Paulista, tendo entre os temas o controle de pragas e a biodeterioração.
No sábado (13), das 9h às 12h, vai para o estacionamento da Universidade Paulista (Unip), com foco nos estudantes de restauro do curso de arquitetura, mas aberto a todos os interessados. O tema vai ser a documentação e o imageamento do patrimônio.
E, na sexta (19), das 14h às 17h, a carreta estará no estacionamento do Complexo Argos, ao lado da Biblioteca Pública, com o tema das técnicas de conservação e restauro.
Outras atividades especiais para grupos e estudantes a partir das 10h podem ser marcadas em dcolagrossi@jundiai.sp.gov.br ou pelos telefones 4589-8556/4589-8557.
Luiza Ronchi
Foto: Fotógrafos PJ
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