EJA abre as portas para alunos com deficiência
Publicada em 05/11/2014 às 17:26A quarta-feira (5) nem bem amanheceu e Adriana dos Santos já está pronta para mais um dia de aula. Aos 32 anos, ela está aprendendo a ler e escrever no Centro Municipal de Educação de Jovens e Adultos Professor Dr. André Franco Montoro (CMEJA). A estudante com paralisia cerebral e cadeirante é um dos 78 alunos de inclusão matriculados na escola.
No início de 2013, a instituição abriu as portas e especializou o atendimento de jovens e adultos com deficiência. Isso fez com que a procura aumentasse. No ano passado, frequentavam a escola 32 alunos com alguma deficiência. Neste ano, mais 55 foram matriculados. Alguns que iniciaram em 2013 já até concluíram os cursos.
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Dados de 2012 do GDAE (Gestão Dinâmica da Administração Escolar), do Governo do Estado, mostram que, anteriormente, não havia aluno com deficiência cadastrado no CMEJA. A ação é mais um compromisso assumido pela administração Pedro Bigardi, preocupada em oferecer ensino de qualidade e inclusão para toda a população.
“Eu parei de estudar quando criança, por falta de transporte. Em 2013 consegui a van adaptada da Secretaria de Educação e voltei. Eu sentia muita falta e até chorava em casa. Agora estou muito feliz. A minha vida mudou. Eu estou quase lendo. Quando eu aprender mais, vou poder realizar o meu outro sonho, que é ser telefonista”, conta a jovem, que cursa o segundo ano do Ensino Fundamental.
Emocionada, a mãe de Adriana, Maria Aparecida Custódio dos Santos, ressalta que, desde que passou a frequentar a escola, a filha coleciona avanços. “Ela se desenvolveu bastante. Sabemos que é um caminhar lento, mas ela está no rumo certo. A Adriana é capaz e vale à pena investir nela. Eu não queria deixar a minha filha analfabeta.”
Outro exemplo de superação é Elio Eduardo Monteiro Cardoso, 28 anos. A baixa visão sempre dificultou os estudos. Por falta de material específico, o rapaz abandonou a escola e apenas retornou ano passado, quando soube que teria todas as condições de estudar no CMEJA. “O pessoal fez a ampliação do material. Agora, consigo ler porque as letras estão grandes”, comemora. O rapaz cursa o Ensino Médio.
AdaptaçãoAtualmente, além de alunos com paralisia cerebral, o CMEJA tem matriculado estudantes com Síndrome de Down, Síndrome de Rett e com deficiências auditivas, visuais e motoras nos ensinos Fundamental 1 e 2 e Médio.
“Antigamente, a Educação de Jovens e Adultos contava com uma sala, mas não era realizado o atendimento especializado. Ao assumir a secretaria, fizemos todas as adaptações necessárias. Compramos carteiras, pois só havia uma, adquirimos materiais e contratamos profissionais que atuam nas salas de aula e na sala de atendimento especializado, onde no contraturno ocorre o trabalho de estimulação. Hoje, temos até professores de libras, o que foi uma grande conquista. Fizemos o que determina a lei, ou seja, demos o direito à educação para o deficiente. Voltamos o olhar para quem mais precisava”, explica o diretor do CMEJA, José Ronaldo Pereira.
Junto com os educadores da escola atua uma equipe multidisciplinar formada por três professores do Núcleo de Atendimento Educacional Especializado (AEE) da Secretaria de Educação, um professor de Braille, além de dois professores especialistas em libras.
“Para nós, é uma alegria ver que estamos cumprindo o nosso papel, que é de estar a serviço do outro. Assim que aprenderem a ler e a escrever, eles ficarão menos dependentes e também terão acesso ao mundo do trabalho”, acrescenta o diretor.
Referência
Para o secretário de Educação , vice-prefeito Durval Orlato, o trabalho de inclusão realizado no CMEJA e também na educação básica fez com que o município se tornasse referência. “Hoje, nosso trabalho é reconhecido e tem sido referência para diversas outras cidades do Estado de São Paulo. É mais um compromisso cumprido da administração Pedro Bigardi.”
O Centro Municipal de Educação de Jovens e Adultos fica na rua José do Patrocínio, 200, Vila Arens. O telefone para contato é (11) 4526-3518.
Roberta de Sá
Fotos: Divulgação
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