Samba dá espaço ao maracatu na abertura do Carnaval
Publicada em 27/01/2015 às 17:22O samba será substituído por sons dos tambores de Maracatu na abertura do Carnaval jundiaiense. O desfile vai contar com os idosos que participam da oficina do ritmo no Centro de Referência do Idoso (Criju) e no Cras do Jardim Tamoio, na sexta-feira de Carnaval (13 de fevereiro), a partir das 14h, no Centro.
Ao menos 75 pessoas – entre idosos, músicos, professores e técnicos dos centros de referência – devem participar do desfile que sairá da praça Marechal Floriano Peixoto e seguirá pelo calçadão da rua Barão de Jundiaí até a Siqueira de Moraes, retornando pelo mesmo trajeto. A previsão é de que o desfile dure duas horas.
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Ensaio
Na manhã desta terça-feira (27), os idosos que participam da oficina no Cras do Jardim Tamoio ensaiaram para o desfile. A aposentada Catarina Correa, de 70 anos, disse que vai comprar uma saia cigana para usar no dia do desfile. A peça de roupa faz parte da vestimenta do Maracatu. “Adoro o Carnaval e não ia perder esse desfile por nada. Já avisei toda a família para comparecer e prestigiar o nosso grupo”, disse.
O músico e fundador do Grupo Maracatu Jundiaí, responsável pelas oficinas, David Lito, explicou que, no fim de 2014, o grupo realizou uma primeira experiência ao levar os idosos para um cortejo no Centro e foi o maior sucesso. “Como um dos nossos objetivos é expandir a cultura do Maracatu, decidimos abrir o Carnaval de Jundiaí com os participantes das nossas oficinas”, disse.
Segundo David, assim como as escolas de samba competem em São Paulo e no Rio de Janeiro, as nações de maracatu também disputam no Carnaval de Pernambuco, Estado onde nasceu o ritmo.
Histórico
Desde setembro de 2014, as oficinas são realizadas nos quatros Cras de Jundiaí, além do CEU do Vista Alegre e no Criju. A proposta é ensinar o ritmo aos idosos e como tocar os instrumentos para as crianças. “A cada oficina, observamos a evolução de quem participa, inclusive a melhora em doenças como depressão e isso é muito satisfatório”, disse o músico.
A coordenadora do Cras do Jardim Tamoio, Alda Renata Orsi Machado, afirmou que essa oficina de maracatu ajudou o centro a se aproximar desse público da terceira idade. “Com isso conseguimos fazer um trabalho mais eficaz com a população”, disse. Inclusive com pessoas que possuem uma deficiência como é o caso de Antônio Marcos Bispo, de 39 anos.
Antônio é deficiente visual há dez anos e decidiu participar das oficinas de maracatu para melhorar a autoestima. “Também buscava aumentar o meu condicionamento físico e percebi que, com as aulas, ganhei mais fôlego e vontade”, disse. Ele explicou que as pessoas que participam, colaboram para que ele possa seguir a coreografia. “Com certeza só está me fazendo bem”.
Kadija Rodrigues
Fotos: Cleber de Almeida
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