Caminhada pela ‘Rua Torta’ mostra potencial turístico de Jundiaí
Publicada em 02/03/2015 às 15:33Um teste de vivência do antigo caminho que levava pedestres e cavalos ou carroças até a Ponte Torta, feito por um grupo de 40 pessoas na tarde de sexta-feira (27), surpreendeu os participantes. No trajeto envolvendo o monumento – que está em recuperação pela Prefeitura de Jundiaí – pela avenida Paula Penteado, conhecida como Rua Torta, as pessoas chegaram na parte alta do centro histórico praticamente sem esforço.
Isso provocou reflexões sobre o uso do patrimônio para a educação e o turismo, temas que serão aprofundados no evento marcado para a próxima sexta-feira (6), no auditório da Biblioteca Pública Professor Nelson Foot, no Complexo Argos.
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“Esse é mais um reflexo do projeto na cidade”, afirmou Daniela da Camara Sutti, secretária de Planejamento e Meio Ambiente e responsável pelo projeto Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta.
O roteiro envolveu a saída dos participantes a partir do monumento. Depois da retirada do barranco original ao lado da Ponte Torta, tomou-se um rumo quase plano pela avenida Paula Penteado (a antiga Rua Torta). Ao contrário da percepção comum na cidade, essa via supera o cruzamento triplo com as ruas Senador Fonseca e Secundino Veiga e segue, sempre plana, até a rua Marcílio Dias (onde uma escadaria leva até o início da antiga Estrada de Pirapora).
Organizado pela arquiteta Andrea Lux (da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente), pelo jornalista e sociólogo José Arnaldo de Oliveira (da Secretaria de Comunicação Social) e pelo historiador e diretor Jean Camoleze (do Museu Histórico e Cultural), o roteiro chamou a atenção para um grande número de imóveis ainda residenciais e com traços de diversas épocas.
Influências
Para o coordenador de projetos especiais da Secretaria de Planejamento, Décio Luiz Pinheiro Pradella, o cruzamento triplo indica que a rua Torta era um caminho anterior às outras ruas, de traçado reto com marca de influência espanhola sobre seu desenho aparentemente mais português ou nativo.
O grupo também contornou a praça Marechal Floriano Peixoto, atrás da Catedral, onde o contraste entre a centenária casa paroquial com a técnica da “taipa de gaiola” do século 19 contrasta com as fachadas da rua lateral marcadas pelas “platibandas” que escondem telhados e calhas do início do século 20. Depois de um trecho em sentido inverso pela rua Barão de Jundiaí, o grupo chegou até a praça Rui Barbosa.
Ali, onde existiu nos séculos 17 e 18 o chamado Largo do Pelourinho, uma série de placas fotográficas cedidas pelo Museu Histórico mostrou a antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde terminava a rua de mesmo nome, depois ampliada em 1922, e uma série de casas com a tradição oral de terem um antigo beco ligado com o trecho final da Rua Torta. E depois derrubadas para a construção do quartel do Exército, depois demolido para o atual estacionamento.
A visão da área central da praça surpreendeu os participantes da caminhada com a vista da linha reta formada, logo abaixo, pela rua Marcílio Dias (subindo até a rua Bela Vista), exatamente no ponto em que termina a Rua Torta e começa a rua Zacarias de Goes (antiga rua Adolfo Gordo).
O ponto final da caminhada foi uma visita ao Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, surgida em parte do terreno da antiga Igreja do Rosário. E a surpresa em saber que a instituição está com processo de tombamento no Conselho Estadual do Patrimônio (Condephaat). Um roteiro que ficou marcado nos olhos, no cérebro e principalmente nos pés dos participantes, surpresos pela descoberta de que a Ponte Torta faz parte de um caminho inteligente para os altos do centro histórico e ainda repleto de histórias.
Debate
O evento de sexta-feira (6), a partir das 14h, na Biblioteca Pública, vai contar com a diretora de Turismo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, Marcela Moro, e com a historiadora Mirza Pelliciota no tema “Turismo, Educação Patrimonial e a Zeladoria”.
A ação vai tratar também do processo de iluminação e sinalização em processo de implementação no local da Ponte Torta. Participam também técnicos, estudantes, moradores e colaboradores de fotografia, filmagem e auxiliares de conservação e restauro do Instituto Sarasá.
Assessoria de Imprensa
Fotos: PJ
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