Violonista jundiaiense Fabio Zanon é o destaque da abertura
Publicada em 24/04/2015 às 12:34A Orquestra Municipal de Jundiaí (OMJ) estreia a temporada 2015 neste sábado (25), às 20h30, no Teatro Polytheama. É grande a expectativa pela vinda de artistas selecionados para subir ao palco. As apresentações se estendem até dezembro, sob a direção artística da regente Claudia Feres. Na abertura, a emoção será ainda maior com a participação do maestro e violonista Fabio Zanon, jundiaiense de reconhecimento internacional.
Indicado ao Grammy Latino pelo trabalho com o Concerto para Violão de Francis Hime da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e vencedor do Prêmio Bravo! pelo disco com a obra de Villa-Lobos, Zanon teve o grande impulso na carreira internacional quando venceu os dois maiores concursos de violão do mundo: o GFA (Estados Unidos) e o Tarrega (Espanha). Desde 2013 ele é o coordenador artístico e pedagógico do Festival de Inverno de Campos do Jordão, o maior evento de música erudita do País.
Zanon abre a temporada 2015 com o Concerto para Violão Opus 56, do canadense Jacques Hétu. Nessa entrevista, ele fala sobre a carreira, a apresentação deste sábado (25) e a importância da OMJ para a cidade.
Como se sente ao abrir a temporada da orquestra na cidade natal?
Fabio Zanon – É uma emoção diferente porque quando você é criança e começa a sonhar com o futuro e decidir que tipo de pessoa você quer ser, existe toda uma expectativa da família, amigos, professores etc. De repente, eu posso mostrar o resultado dessa trajetória para quem me conheceu ainda criança.
O que achou da programação e dos artistas que fazem parte desta temporada?
FZ – De altíssimo nível. A Orquestra está de parabéns. É uma programação ao mesmo tempo tradicional e inovadora, com muita variedade.
Como é ser o coordenador artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão?
FZ – Ao mesmo tempo muito instigante e muito exigente. É maravilhoso lidar com 50 professores internacionais, 200 alunos, artistas incríveis, as melhores orquestras do País. Mas também é preocupante realizar um evento desse porte dentro de uma conjuntura política e econômica um pouco instável.
Qual a importância da OMJ para a cidade?
FZ – Eu penso antes de mais nada no público. Uma cidade do tamanho de Jundiaí só pode se pensar como um centro cultural se tiver uma programação constante, se for produtora de cultura em vez de simples receptora de espetáculos de fora. A gente tem de se comparar com Ribeirão Preto, Campinas, Santos, cidades que têm orquestras sinfônicas ativas. Felizmente nós temos em Jundiaí uma artista com a experiência da Claudia Feres, que implementou, desde o primeiro minuto, uma orquestra com os mais altos padrões. Isso traz ao público um espetáculo que não se vai assistir “pra dar uma força”, “pra prestigiar”, mas sim algo que a gente iria prestigiar se fosse em São Paulo ou no Rio. Um concerto de um nível que faz o público querer voltar.
Por que levou tanto tempo para termos uma orquestra numa cidade com a grandiosidade de Jundiaí?
FZ – Porque uma orquestra é algo difícil de se fazer e fácil de se deixar estragar. Exige o mesmo nível de conhecimento de se montar uma empresa de tecnologia, mas depende de fatores econômicos, pois ela gera cultura, não gera receita. Toda orquestra, de uma forma ou de outra, depende de patrocínio e de poder público. Em Jundiaí é sempre necessário criar e aperfeiçoar as possibilidades de investimento nessa área. Jundiaí sempre foi uma referência nacional em educação musical e orquestras-escola. Acho que agora chegou a hora de possibilitar a existência continuada de uma orquestra profissional.
As próximas turnês acontecem em quais locais?
FZ – Este ano tem sido bem puxado, acabei de voltar de uma turnê nos Estados Unidos e de um concerto e curso que dei na Espanha. Nos próximos meses vou ainda tocar muito no Brasil, inclusive estreias de concertos com orquestras, como na Filarmônica de Goiás e a Sinfônica da Petrobras no Rio, além de recitais em cidades do interior. Também vou ao Canadá para um espetáculo que mistura violão clássico com cantores latinos e para uma miniturnê na Inglaterra, em junho. Nesse momento estou no Rio gravando um CD com o Quarteto Radamés Gnattali, de uma obra chamada “As 4 Estações Cariocas”. E ainda gravarei meu próximo CD solo. Isso tudo antes do Festival de Campos do Jordão começar.
Você se emociona quando toca em Jundiaí? Consegue reencontrar os amigos?
FZ – É preciso ver que se emocionar enquanto está tocando é uma coisa meio paradoxal, porque ao mesmo tempo a gente quer se manter aberto para o calor do momento e tem que manter o controle sobre o que está fazendo, senão fica tudo mal tocado. Isso seria desrespeito pela música que toco. No mais, sim, sempre que possível encontro os amigos depois do concerto, mas eu tento manter contato com as pessoas que me são queridas, de qualquer forma.
O que vai apresentar para o nosso público?
FZ– A estreia brasileira do Concerto para violão do grande compositor canadense Jacques Hétu. Ele foi o mais respeitado compositor canadense, inclusive teve a música gravada pelo pianista Glenn Gould. Esse concerto tem um aspecto ameaçador, muitas vezes soturno, mas tem momentos em que parece música de filme, evoca um passado heroico e vastas emoções. Quero convidar todo mundo para o concerto. Garanto que vai ser muito legal.
Assessoria de Imprensa
Foto: Arquivo PMJ
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