Agricultura urbana pode gerar renda e ‘riqueza solidária’
Publicada em 26/11/2015 às 18:00O debate do 1º Encontro de Agricultura Urbana, realizado pela Prefeitura nesta quinta-feira (26), mostrou que o assunto conta com muita tradição e potencialidades no município. De acordo com estudo iniciado pelo pesquisador Afonso Peche Filho e pelo arquiteto Araken Martinho, a própria identidade cultural de Jundiaí cresceu desde o século 17 em associação com a base agrícola e isso deve ser aproveitado e inovado pelos moradores.
“A indústria, o comércio e os serviços são mais recentes e aparecem mais no aspecto econômico, porém, neste setor, que pode existir até em um apartamento, são gerados valores como o contato com o planeta e com saberes ancestrais e de outras culturas”, afirma Afonso.
Por um lado, essa riqueza pode escapar aos cálculos econômicos por lidar com valores não financeiros (como a troca de ervas de tempero, de folhas de salada, de ovos, de vinhos, serviços em mutirão).
Mas, por outro, pode gerar também novas oportunidades para geração de emprego e renda dentro da chamada economia solidária (que coloca no circuito local da economia os valores financeiros que iriam para o consumo de produtos de origem mais distante).A Coordenadoria do Idoso, por exemplo, busca viabilizar a proposta comentada no evento sobre a realização de oficinas da “memória da biodiversidade”. Já a Coordenadoria do Trabalho, Emprego e Renda, por outro lado, estimulou os participantes a levarem propostas para uma segunda edição do Seminário de Economia Solidária, agendada para a manhã de 14 de dezembro, em local a ser confirmado.
Também foi lembrado o caso da Feira Orgânica, em que produtores são também pesquisadores que já conversam com o Jardim Botânico sobre a divulgação de plantas comestíveis não convencionais (e que integram a chamada agrobiodiversidade).
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A questão também esteve presente na apresentação das Rodas de Chá, iniciativa da Secretaria de Saúde com seu Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares. A orientação correta sobre o uso de plantas medicinais (fitoterapia) ainda não gera demanda de produção local, mas integra esse campo junto com as hortas implantadas pelo lado da educação ambiental na Secretaria de Educação.
Outras experiências também estavam presentes entre os 50 estudantes, técnicos, ambientalistas e moradores. Entre as iniciativas, o Cultivando Jundiaí, o Quem Planta, Encanta, a Escola Técnica Benedito Storani, o Jundiaí Orgânicos do Jardim Botânico, o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, o Conselho de Desenvolvimento Rural e diversas outras entidades e setores.
A equipe da Unidam, coordenada por Ana Terezinha Maranha Peche, preparou geleias e sucos para um dos intervalos com produtos colhidos no próprio local. O debate mostrou que a cidade tem um solo fértil para muitas dessas propostas.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Cleber de Almeida e Arquivo PMJ
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