Carros antigos reforçam tradições na Festa da Uva
Publicada em 24/01/2016 às 17:16Jundiaí viveu uma “viagem no tempo” em algumas de suas avenidas na manhã deste domingo (24) com o Desfile e Encontro de Carros Antigos, parte da programação da 33ª Festa da Uva e 4ª Expo Vinhos. Mais de duzentos veículos, alguns das décadas de 1920 a 1950, atraíram atenções e aplausos ao longo das avenidas Nove de Julho e Coleta Ferraz de Castro até a chegada triunfante no Parque Municipal Comendador Antonio Carbonari.
“É uma grande emoção revermos esses veículos restaurados nesse belo evento organizado pelo Clube do Carro Antigo”, afirmou o prefeito Pedro Bigardi, destacando um Landau 1972, doado pela Prefeitura de Jundiaí à entidade, que cuidou de sua restauração.
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As raridades encantavam outros motoristas e pedestres e depois os visitantes da Festa da Uva. Eram modelos como Fusca, Buick, Opala, Maverick, Passat, Lambretta, Galaxy, Fiat 147, Jeep e muitos outros, inclusive caminhões militares. Mas cada um com características próprias.
“Tanto a festa da nossa uva como os apreciadores de carros antigos valorizam essa nostalgia, essa conexão com nossos pais, avós, bisavós”, destacou o presidente do Clube do Carro Antigo, Dimas Reinaldo, que recebeu a visita de organizadores do Encontro Paulista de Carros Antigos. Atualmente, o clube de Jundiaí é um dos mais respeitados do Estado, com 400 associados (sendo 160 ativos).
Um carro antigo, totalmente de linha ou customizado, recebe a placa preta com 80% de peças originais e a liberação de parte das exigências atuais.
É o caso da comerciante Tamires Tognini, que estava com familiares em seu Willys Overland Whippet (“Guarda Louça”), de 1928. O pai Álvaro recebeu a sucata de um tio, que estava com o carro desde a década de 1950, e levou doze anos para concluir a restauração. Agora, aluga o veículo para eventos.
A paciência é uma característica comum aos apaixonados por carros antigos. Com um Chevrolet Bel Air (2 Ten), de 1955, José Airton Donatti conta que, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, houve muita destruição e agora existe uma revalorização dos clássicos. “É importante para a história das pessoas, para o diálogo entre gerações e até para o meio ambiente. Precisamos aprender a honrar a história das nossas cidades, da nossa agricultura, do nosso esporte, de tudo que foi feito antes”, explica mostrando as linhas e materiais do carro automático importado, que antes era de uma pessoa com deficiência.
Com uma grande festa na chegada ao Parque da Uva, o percurso contou com o prefeito Pedro Bigardi em um dos carros participantes e a rainha, princesas e vinhateiras da Festa da Uva em cima do caminhão de som. O secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, Marcos Brunholi, também acompanhou o percurso.
“Este momento é uma reunião de passado, presente e futuro”, afirmou Bigardi depois do desfile.
Pouco depois da chegada ao parque, a programação musical começou no coreto externo com a banda Old Black Joe, de repertório marcado pelo rockabilly das décadas de 1950 e 1960, que no final teve ainda a intervenção das dançarinas do grupo Jessel Rocker Dancers, reunindo veteranos, adultos e crianças. Foi a abertura de um domingo de muito movimento na Festa da Uva.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Paulo Grégio
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