Exposição no Solar do Barão resgata memórias dos trabalhadores
Publicada em 07/06/2017 às 17:41Os pais do aposentado Mário Luiz Tripiquia precisaram assinar uma autorização para que ele começasse a trabalhar aos 12 anos em 1961. De catador de fundo de caixas de fósforo até supervisor mecânico, Mário trabalhou a vida inteira na mesma empresa, a Fábrica Andrade Latorre, e exibe orgulhosamente o documento que possibilitou seu ingresso no trabalho e que hoje faz parte da exposição “Memórias, ofícios e saberes dos trabalhadores” do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí (Solar do Barão).
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Relembrando o passado, Mário avalia que teve de começar a trabalhar desde muito jovem por falta de outras possibilidades, mas que tudo foi uma experiência positiva. “Foi lá que eu aprendi a vestir a camisa. Escolhi comprar a minha casa muito próxima à fábrica exatamente para correr resolver problemas de madrugada, se necessário. E por isso esta exposição o Museu deveria ter pensado há muito tempo: para que o visitante resgate a memória de pessoas desta cidade”.
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Sobre esse aspecto, o diretor de Museus, Paulo Vicentini, diz que a exposição inaugura a montagem de mostras que possibilitem ao visitante conhecer e se reconhecer como parte do museu. “É necessário que as pessoas voltem a criar uma simbiose com este espaço. Memória e história se constroem conjuntamente.”
O percurso da visita foi pensado para que, por meio das ferramentas de trabalho, fotos, documentos e objetos diversos, o visitante conheça e compreenda a qualidade de vida, sofrimentos e satisfações dos trabalhadores. Quem for ao Museu virá os instrumentos laborais dos séculos 19 e 20 utilizados por arquivistas, arqueólogos, historiadores, agricultores, construtores de estradas de ferro, industriários e, em especial, pelas mulheres, como forma de dar ênfase no trabalhador, que é quem os maneja.
No percurso há também vídeos interativos com imagens da plantação e colheita de uva, da vida dos ferroviários e entrevistas de depoimentos de trabalhadores. “Quando trazemos para dentro do Museu o depoimento de alguém, estamos imortalizando o entrevistado como fonte histórica”, elucida Vicentini.
Visitação
Nesta quarta-feira (7), Carla Campos levou a filha Laura, de 4 anos, para visitar a exposição no Museu e os jardins revitalizados, mas tempos atrás sua companhia era a irmã, Paola, atualmente com 16 anos. Sobre a visita aos jardins reabertos depois quatro anos, Carla desabafa: “Era isto que estava precisando voltar. Visitar este espaço nos faz relembrar momentos de uma História que é nossa. Como despertar o interesse do cidadão se o espaço ficava fechado?”.
Jardins
Depois de quatro anos de acesso restrito e limitado, o espaço foi devolvido à população em 31 de maio. Depois de passar pela catalogação e avaliação da saúde das plantas, retirada forçada de árvores doentes e com risco iminente de queda, definição de projeto paisagístico, organização dos canteiros e da flora, além da instalação de pergolados, novos bancos e a revitalização do jardim japonês, espaço foi totalmente revitalizado e obras que teriam custado cerca de R$ 80 mil aos cofres públicos foram assumidas por uma série de parcerias público-privadas entre a Prefeitura e empresários, servidores e voluntários.
Funcionamento
O Museu Histórico e Cultural de Jundiaí Solar do Barão fica na rua Barão de Jundiaí, 762, Centro, e seu horário de funcionamento é de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, com horário estendido, das 9h às 16h. Os telefones para contato do Solar são (11) 4521-6259 e 4586-8414.
Assessoria de Imprensa
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