‘Família Acolhedora’ busca expandir inscritos para atendimento
Publicada em 31/07/2017 às 14:24Os irmãos Leonardo, de 9 anos, Rafael, de 6, e os gêmeos Gabriela e Eduardo, com 4, estão acostumados a receber para brincar em casa os primos Melissa e Juan. Mas a visita de um bebezinho tem sido recebida com muito afeto e carinho pelos irmãos. Isso porque seus pais, Fernanda da Silva e Edicarlos Evaristo, decidiram participar do serviço de “Família Acolhedora” e estão vivenciando a sua primeira experiência.
Fernanda conta que sempre foi atraída pelo voluntariado e se sensibilizou ainda mais quando lhe foi relatado um caso de afastamento familiar. “A pergunta que mais tenho respondido ultimamente é: por que mais uma criança na sua casa? E a minha resposta é muito simples: a vontade de fazer o bem. E a gratificação da experiência é tão grande que extrapolou nossas expectativas.”
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Em endereço novo há pouco mais de um mês, o serviço do Família Acolhedora expandiu seu cadastro em março deste ano para o atendimento de até 15 famílias (até então eram 10), sendo que, no momento, 11 delas estão com a acolhimento de alguma criança. A coordenadora do serviço, Cristiane Gozzo, explica que as inscrições para os interessados estão permanentemente abertas. “O serviço foi transferido do Centro para o Anhangabaú, onde dispomos de um espaço mais tranquilo e adequado. Nessa perspectiva, podemos ampliar o convite a mais famílias interessadas, uma vez que em nossas instalações são realizadas as visitas monitoradas, que são os encontros das crianças com as famílias de origem durante o afastamento.”
INTERESSADOS PODEM SE INSCREVER NESTE LINK
O Família Acolhedora é atrelado à Unidade de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS) e faz parte, como política assistencial, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O serviço é o responsável pelo encaminhamento sigiloso de crianças recém-nascidas e de adolescentes até a idade de 17 anos após o afastamento das famílias de origem por determinação do Judiciário. Tal afastamento pela Vara da Infância tem as mais distintas causas, dentre elas, negligência, maus tratos, uso de substâncias psicoativas, violência e abandono. A fim de preservar o sigilo, é de praxe a escolha por bairros afastados entre as famílias de origem e de acolhimento, afim de evitar o contato da criança ou adolescente com os genitores e parentes fora das visitas monitoradas.
Em Jundiaí, além do acolhimento familiar, as crianças ou adolescentes podem ser também encaminhados para a Casa Transitória Nossa Senhora Aparecida e para a Associação Casa de Nazaré. Segundo Cristiane, a determinação do Judiciário indica o direcionamento adequado, com base nas determinações dos Conselhos Tutelares e do setor técnico do Fórum. “No entanto, seguindo uma tendência internacional que preza pela necessidade do vínculo afetivo familiar para o desenvolvimento emocional e cognitivo do indivíduo, o entendimento tem sido pela preferência do nosso serviço principalmente para crianças até o terceiro ano de idade, em consonância com os programas São Paulo pela Primeiríssima Infância e o federal Criança Feliz”, aponta.
Fernanda e Edicarlos reforçam que, apesar de saberem que o acolhimento é provisório, não criar vínculos com a criança chega a ser algo impossível, mas que não veem esse cenário como algo negativo. “O vínculo é primordial para o desenvolvimento e um aspecto positivo como este que nossa família está proporcionando ao bebê não pode ser encarado no afastamento futuro como algo traumático”, explica o casal.
O Serviço faz o acompanhamento das famílias interessadas por meio de entrevistas, visitas domiciliares e encontros de capacitação. Não podem participar famílias que estejam na fila para adoção e aquelas cujos integrantes não estiverem de pleno acordo com a participação. “Uma vez inscrita, a família pode sugerir a faixa etária da criança que deseja acolher e, embora o período máximo seja de dois anos, nossas médias ficam entre seis e oito meses de acolhimento”, explica Cristiane.
Um dos nortes do serviço é a intersetorialidade, uma vez que envolve as equipes da UGADS; os três Conselhos Tutelares de Jundiaí; setor técnico do Fórum; equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para casos de genitores que fazem uso de substâncias psicoativas, e Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Unidade de Promoção da Saúde; equipes das creches ou Emebs atreladas à Unidade de Educação frequentadas pela criança ou adolescente; além das rede assistencial, como por exemplo a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem (Ateal).
São requisitos para participação no serviço ser residente de Jundiaí, possuir idade mínima de 21 anos, não ter interesse em adoção, não possuir antecedentes criminais e não apresentar problemas psiquiátricos e/ou dependência de substâncias psicoativas. O novo endereço é avenida Dr. Pedro Soares de Camargo, 587, Anhangabaú, e os telefones para contato são (11) 4521-5550 e 4522-1196, e o atendimento vai de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ
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