Confraternização marca Natal de moradores de Residências Terapêuticas
Publicada em 23/12/2019 às 13:21Festejar o Natal é algo novo para Geralda Rodrigues de Jesus, 77 anos. Internada por 42 anos no Hospital Psiquiátrico Juqueri, longe da família e sem amigos teve muitos motivos para comemorar. “Agora eu estou em casa”, explicou, a moradora do Serviço de Residência Terapêutica (SRT) da Prefeitura de Jundiaí, localizada na Vila Liberdade. Ao todo, 19 pessoas que estavam em equipamentos de internação psiquiátrica e provenientes de Jundiaí são atendidas pelo modelo da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) municipal.
Geralda, que é fã de novelas e do Papai Noel, chegou em março de 2019 para residir na ‘casa’ e participou pela primeira vez da confraternização realizada pela equipes das Residências Terapêuticas, com direito a churrasco e música. Animada, arrumou a árvore de Natal. “Gosto do Papai Noel. Olha que bonito que é. Gosto também de bolo de chocolate. Nessa época a gente come muito bolo”, confessou, rindo.
Já Cecília Simões, 58 anos, é moradora há dois anos na SRT Jardim Paulista. Vaidosa, gosta da época no Natal por causa dos presentes. “Eu ganhei bermudas, sapato, brinco e chinelo”, enumera a mulher que gosta de se arrumar, usar batom e sombra para paquerar. “Eu gosto do Natal porque é um dia de festa”, sentenciou, antes de voltar para a roda de dança preparada pela equipe de Paula Pinheiro, professora da Oficina de Música, realizada durante o segundo semestre, nas duas unidades.
“A interação faz parte do processo de ressocialização dessas pessoas que, por muitos anos, ficaram privadas do convívio e tiveram suas vidas podadas. A casa é a moradia deles. Cada um tem o seu lugar, as suas coisas, resgataram a dignidade, a autoestima e o protagonismo. Outro motivo é reacender o contexto natalino de confraternização, com a convivência entre todos, num clima de festa”, explica Raquel Kubtiza, terapeuta da unidade da Vila Liberdade.
Segundo o gestor da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), Tiago Texera, o modelo de atendimento psicossocial implementado em Jundiaí preza pelo usuário, de forma individual. “Cada pessoa teve uma trajetória, um passado e tem suas limitações. Faz parte do serviço entender, cuidar e proporcionar desenvolvimento, acolhimento e qualidade e vida. As duas residências terapêuticas de Jundiaí desenvolvem um trabalho de excelência no cuidado dessa população, que ainda conta com os demais equipamentos da rede como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), ambulatórios de especialidades e hospitais”, explica.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafo PMJ
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