Solidariedade, Saúde e Renda: Projeto Tecido Solidário faz a primeira entrega
Publicada em 23/02/2021 às 16:06
A técnica de enfermagem Juliana Carneiro trabalha na Clínica da Família do Novo Horizonte. Na linha de frente ao combate à pandemia do Novo Coronavírus, a profissional faz uso de todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e o avental de TNT, costurado pelos integrantes do Projeto Tecido Solidário, é essencial para a paramentação completa. “Saber que o avental que estou usando para proteger a mim e aos pacientes que atendemos é costurado por pessoas que estão sendo beneficiadas com renda adicional para a família, dá um sentimento especial. É mais que apenas um equipamento. Sabemos que tem amor e dedicação envolvidos”, salienta.
A costureira Marilena de Oliveira Sanches, de 61 anos, não imaginava a importância das costuras feitas em TNT branco, na sede do Fundo Social de Solidariedade de Jundiaí (Funss). “Fiquei muito feliz quando fui selecionada para participar porque, até então, a única renda da nossa casa vinha da minha filha, que trabalha como balconista. Mas, com o passar dos dias, vi que cada avental costurado também fazia a diferença para os profissionais da linha de frente no combate à Covid-19”, contou ela.
Parte desses aventais usados como Equipamentos de Proteção Individual são fruto de uma ação que envolve a sociedade, organizações e administração municipal por meio do Projeto Tecido Solidário, que acontece desde maio de 2020 em várias unidades do Sesc no Estado de São Paulo e que nesta nova fase contou com a parceria entre a Prefeitura de Jundiaí, o Sesc e SENAI, com a articulação da Rede Jundiaí de Cooperação, vinculada à Unidade de Gestão de Governo e Finanças (UGGF), o Fundo Social de Solidariedade de Jundiaí (Funss) e a Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS).
Ao todo, o projeto irá costurar até 10 mil aventais, sendo os primeiros 2,5 mil entregues nesta nesta terça-feira (23). O material utilizado para a costura é proveniente de doação feita pelas empresas Construtora Santa Angela, Lili, Legado, Sapiens, Carpe Dien e Manf, todas do Grupo Benassi, e já foi cortado, em forma de avental, pela empresa Liz. O transporte do TNT doado até Jundiaí foi realizado, também como doação, pela empresa Tombini & Cia Ltda.
De acordo com o prefeito Luiz Fernando Machado, a parceria com instituições organizadas e a sociedade civil, tem sido destaque no município. “Jundiaí é uma cidade polo e referência em atendimento em Saúde de alta complexidade para uma região com mais de 900 mil habitantes. As parcerias, como esta firmada com SESC e Senai, proporcionam avanços não somente para os segmentos finalísticos, mas para toda a sociedade, já que envolve capacitação e remuneração em plena pandemia, incentivando o empreendedorismo e o protagonismo da população”, detalha.
O projeto oferece capacitação e geração de renda para famílias do Jardim Fepasa a partir da costura dos aventais e, para a Saúde, entrega artigos necessários para o atendimento à população. “Mais do que gerar renda para as costureiras e apoiar os profissionais na linha de frente do enfrentamento ao vírus, o Sesc acredita que iniciativas como a do Tecido Solidário são significativas na medida em que extrapolam o contexto da pandemia e podem propiciar um caminho para mudança de vida das pessoas por meio da educação e da valorização social”, pondera Celina Tamashiro, Gerente do Sesc Jundiaí.
Para Edison Maltoni, conselheiro do Sesc São Paulo e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Jundiaí e Região (Sincomercio), a união de parceiros é essencial para o desenvolvimento e viabilização de projetos sustentáveis como o Tecido Solidário. “Em um período de retração econômica devido à pandemia, a iniciativa tem por objetivo a promoção do trabalho comunitário e a geração de renda, além de ser mais uma ação educativa visando à segurança de todos”, avalia.
Para o gestor da Unidade Gestão de Promoção da Saúde (UGPS) Tiago Texera, a parceria é essencial. “Muitas cidades tiveram problemas para conseguir abastecer suas equipes com EPIs, por conta da grande demanda mundial dos equipamentos. Jundiaí, graças a parcerias de sucesso como essa, não sofreu este problema. Estamos vivenciando uma nova onda de contaminações e esses materiais garantem segurança para os profissionais da Saúde e aos usuários do sistema público”, avalia.
O projeto ainda tem o viés social, com a capacitação e geração de renda para famílias em situação de vulnerabilidade. “Com vocação voltada à qualificação, o Fundo Social não mede esforços para estabelecer parcerias capazes de transformar talentos em oportunidades por meio do conhecimento técnico. No caso deste projeto integrador que é o Tecido Solidário, os resultados são ainda mais positivos, uma vez que todos ganham: as costureiras, que aprendem e são remuneradas pelo trabalho, os profissionais da Saúde, com novos equipamentos de proteção e, principalmente, a população que necessita de atendimento”, afirmou Vanessa Machado, presidente do Funss.
Integram esta segunda fase do projeto Tecido Solidário, 18 mulheres, moradoras do bairro Jardim Fepasa, e que participam do curso ‘Costureiro de Máquina Reta e Overloque”, com turmas reduzidas e 160 horas de duração, oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), nas dependências do Funss. “Para o SENAI esta é uma ação muito importante, uma vez que une a qualificação profissional às questões humanitárias. Uma junção de esforços que, certamente, trará ainda mais resultados positivos no combate à pandemia”, afirmou Fábio Carrion, diretor das unidades de Jundiaí e Itatiba.
O transporte das participantes até o Fundo Social ficou sob a responsabilidade da UGADS. De acordo com o gestor, Roberto Araújo, a união da sociedade civil organizada e do Poder Público garante avanços em todos os sentidos. “Nossa participação na rede constituída para a efetivação do projeto foi de muita felicidade, com reflexos significativos que vão desde a capacitação das mulheres envolvidas até nos resultados positivos para os profissionais de Saúde da cidade”.
“Sou de São Paulo e me mudei para Jundiaí ainda criança. Moro no Jardim Fepasa, há 21 anos, e, hoje, posso dizer que é muito bom viver em uma cidade que, realmente, se preocupa com o bem-estar das pessoas”, disse a costureira Sandra Regina de Lima, de 56 anos.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ
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