Leischmaniose visceral é discutida em Semana Estadual de Prevenção

Publicada em 06/08/2021 às 13:52

Entre os dias 9 a 14 de agosto é realizada, em todo território paulista, a Semana Estadual de Prevenção à Leischmaniose visceral, doença grave, causada por protozoários da espécie Leishmania infantum e transmitida por insetos conhecidos como flebótomos, principalmente da espécie Lutzomyia longipalpis. Jundiaí desenvolve trabalho de monitoramento há anos, sem detecção de casos autóctones da doença. Contudo, a vigilância deve ser constante.

No ambiente urbano, os cães domésticos são os principais reservatórios, caso sejam contaminados. A doença não tem cura, apenas tratamento paliativo. Em Jundiaí, a Vigilância em Saúde Ambiental (VISAM), órgão da Unidade de Gestãod e Promoção da Saúde (UGPS), iniciou os trabalhos em busca da presença dos insetos transmissores no ano de 2007, dividindo o município em quadrantes. A pesquisa não identificou focos da espécie Lutzomyia longipalpis. No entanto, outras espécies que estão sendo apontadas como potenciais transmissores foram identificadas na cidade. Não foram observados casos autóctones da doença, apenas casos importados.

O trabalho desenvolvido pelo município de Jundiaí baseia-se, de acordo, com o gerente da VISAM, Carlos Ozahata, em pesquisa do vetor e das investigações epidemiológicas, mas também nas atividades de busca ativa, inquéritos sorológicos e colocação de armadilhas. “Em função do know-how adquirido, Jundiaí passou a apoiar tecnicamente os municípios da região, quer seja pela capacitação técnica e apoio à campo, quer seja pelas atividades de bloqueio e pesquisa. Fruto deste trabalho foi o reconhecimento pelo Instituto Adolpho Lutz de São Paulo como município referência para as atividades de vigilância da Leishmaniose Visceral na região realizando, inclusive, o diagnóstico inicial em cães utilizando kits de teste rápido cedidos pelo órgão estadual”, detalha.

Mosquito conhecido como ‘Palha’ não foi encontrado em Jundiaí

Pelo fato de alguns municípios estarem apresentando casos autóctones recentes em cães, a VISAM está atenta às áreas limítrofes visando identificar possíveis vetores e também animais sintomáticos e ou soropositivos. “Esta é a forma mais adequada de se manter uma vigilância permanente de tal agravo”, informa o gerente. No entanto, frisa a importância da vigilância realizada pelos médicos veterinários uma vez que são os primeiros profissionais a fazerem a suspeita ou confirmação dos casos caninos. 

“Todo cão suspeito deve ser notificado ao serviço público que, a partir daquele momento, acompanha o caso juntamente com o veterinário que assiste ao animal. Os exames diagnósticos são compostos por teste rápido e ELISA, considerados padrão ouro pelo Ministério da Saúde., sendo que o primeiro é realizado pela VISAM e o segundo pelo IAL. Além desses exames, aqui em Jundiaí preconizamos a pesquisa parasitológica através da punção de linfonodos e ou da medula óssea. “A ideia é ter um diagnóstico preciso pois entendemos que a adoção de procedimentos futuros como, por exemplo, eutanásia e tratamento, baseiam-se nesses exames. A nossa responsabilidade é bastante grande”, afirma Ozahata.

Nos seres humanos a Leischmaniose visceral compromete principalmente fígado e baço, evoluindo negativamente para óbito com origens diversas origens: broncopneumonias, gastroenterites, septicemias, complicações renais e sangramentos graves. 

Vigilância em Saúde Ambiental


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2021/08/06/leischmaniose-visceral-e-discutida-em-semana-estadual-de-prevencao/
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