Setembro Azul: abertura da programação destaca a importância da inclusão e da visibilidade
Publicada em 22/09/2021 às 17:50Com a apresentação de um vídeo do Hino de Jundiaí em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e as palestras “Cultura Surda” e “Contação de Histórias para crianças surdas”, pelos educadores surdos Milton Romero Filho e Alicyary Queiroz, respectivamente, teve início na noite dessa terça-feira (21) a programação on-line das atividades “Setembro Azul”, uma realização da Unidade de Gestão de Cultura (UGC).
Desculpando-se por não falar a língua de sinais, o gestor da UGC, Marcelo Peroni, destacou a importância da realização sendo transmitida ao vivo, via on-line com tradução simultânea para ouvintes. “Esse é o primeiro evento de muitos que desejamos realizar em parceria com a comunidade surda de Jundiaí. Nós enquanto poder público temos que oferecer acessibilidade nas nossas atividades culturais”, comentou o gestor.
Setembro é o mês da visibilidade da comunidade surda brasileira, continuou Peroni, e a programação tem como objetivos promover a conscientização da sociedade sobre a acessibilidade do surdo ao trabalho, à educação e à saúde, possibilitando assim melhores condições de vida, dignidade e cidadania; bem como divulgar as conquistas obtidas pela comunidade surda ao longo dos anos.
O prefeito Luiz Fernando Machado deu as boas-vindas e cumprimentou a comunidade surda de Jundiaí. “Esta programação traz a oportunidade de inserir cada vez mais no contexto da nossa cidade as pessoas com este tipo de deficiência, uma comunidade que auxilia muito no desenvolvimento de Jundiaí e no crescimento de todos nós. Pela primeira vez será uma transmissão transmitida 100% a partir de Libras, o que é um grande avanço. E Jundiaí não pauta esta iniciativa somente no Setembro Azul, mas ao longo de todo ano, que olhamos com muito carinho e atenção para a pessoa com deficiência, para que a aplicação da política pública atinja a todos na nossa cidade”.
O professor Milton Romero Filho ao apresentar o tema “Cultura Surda”, mostrou as principais diferenças existentes para ouvintes e surdos. Usando-se de exemplos do dia a dia, como um simples toque de campainha, um brinde de taças no tradicional tim-tim, ou ainda o canto dos parabéns a você, o palestrante destacou a importância da integração, em que o surdo aprende o Português e o ouvinte a língua de sinais.
Ainda em sua abordagem, o professor mostrou a evolução que tem ocorrido nos setores da educação, saúde e mercado de trabalho, quando a presença do intérprete já está no dia a dia atuando, possibilitando assim ao surdo ter acesso aos seus direitos, bem como se fazer entender pelo ouvinte. “A integração é fundamental. Precisamos dar ao surdo a oportunidade de aprender o português e ao ouvinte a língua de sinais”, finalizou Romero Filho.
Destacando a importância da realização de eventos como o “Setembro Azul”, a educadora e contadora de histórias Alicyary Queiroz contou a sua experiência de aprendizado na infância, juventude e como adulta. Mostrando as dificuldades que enfrentou e como o apoio da família foi importante para seu desenvolvimento, a palestrante explicou a importância do universo da história infantil para uma criança, seja ela surda ou ouvinte.
Toda criança precisa ser estimulada – continuou – as histórias infantis para as crianças surdas ainda precisam ser adaptadas, mas isso está possibilitando a elas vivenciarem e experimentarem o universo lúdico. “Nos últimos 20 anos é que o surdo assumiu o seu papel de protagonista na luta por seus direitos e assim alcançou visibilidade junto a sociedade. Isso permitiu que um trabalho fosse iniciado já com a criança desde seus primeiros meses de vida. Pais ouvintes ou surdos hoje contam com material de contação de histórias na Internet. As redes sociais têm um papel fundamental na difusão desse material para usarmos e com isso o acesso do surdo tem aumentado, oferecendo a ele chances de assumir o seu papel”, finalizou Alicyary Queiroz.
Na primeira noite de atividades da semana “Setembro Azul”, os participantes puderam assistir à performance da acrobata jundiaiense Letícia Rezende, com a apresentação de “ O corpo é quem fala”. Os trabalhos de mediação ficaram a cargo de Luciano Camargo e a tradução para ouvintes foi realizada por Fabiana Magoga e Caroline Gonçalves.
Programação
“Setembro Azul” prossegue com a seguinte programação on-line nos canais da Cultura Jundiaí, no Facebook e do YouTube.
Quarta-feira (22) – 19h30 – Oficina: “Poesias do alfabeto da língua brasileira de sinais”, com Pollyana Cristina – palestrante surda.
Quinta-feira (23) – 19h30 – “Tradução no contexto das gírias”, com Lyndsen Andrade – palestrante surda.
Sexta-feira (24) – 19h30 – Oficina: “Poesia em Libras”, com Fábio de Sá – professor surdo.
Sábado (25) – 16h – Oficina: “Slam”, com Catharine Moreira – professora surda.
Assessoria de Imprensa
Foto: Fotógrafos PMJ
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