Escola Inovadora: palestra aborda os desafios da aprendizagem e as competências socioemocionais
Publicada em 20/04/2022 às 17:27O programa Escola Inovadora, desenvolvido desde 2018 pela gestão do Prefeito Luiz Fernando Machado, promoveu nesta quarta-feira (20), em parceria com a empresa Mind Lab, a palestra “Os desafios da aprendizagem e as competências socioemocionais”, com a participação da gestora de Educação, Prof.ª Vastí Ferrari Marques e do Prof. da USP e escritor, Mozart Neves Ramos.
A empresa Mind Lab é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias educacionais e atua com o programa MenteInovadora na rede municipal de ensino e tem como objetivo desenvolver nos estudantes, habilidades socioemocionais por meio de jogos matemáticos e abordagens lúdicas no ensino, driblando assim as defasagens de aprendizagem ocasionadas pela pandemia.
Vastí fez a abertura da palestra. “A educação socioemocional é um tema muito relevante. Em decorrência da pandemia procuramos programas e tecnologias que nos ajudassem a fortalecer temas que fazem sentido no mundo contemporâneo para essa geração que já nasce conectada e que quer resolver problemas, participar do mundo ativamente. O MenteInovadora traz a colaboração para trabalhar esses temas. Além de conceitos matemáticos, os jogos trazem as relações da criança em busca da cooperação, pensamento estratégico, habilidades para o mundo e que precisam ser trabalhadas na infância. O que possibilita essa transcendência é a mediação de um bom professor, fazendo boas perguntas. Essa intervenção é essencial para promover uma aprendizagem significativa, oferecendo resultados positivos para a rede”, comentou a professora e gestora.
Mozart Neves iniciou o assunto explanando sobre as ações desenvolvidas em Jundiaí. “Tenho grande admiração pelos educadores de Jundiaí e o trabalho realizado na rede municipal da cidade”, afirmou o professor que apresentou dados mostrando os impactos da pandemia na aprendizagem. “Estamos diante da constatação de que houve queda na aprendizagem, impactos no socioemocional”, informou e ainda exemplificou apresentando o caso de crianças que tiveram crise de ansiedade antes de uma prova. “Tratar a saúde emocional passa a ser uma etapa absolutamente importante nesta retomada da educação”, acrescentou.
As tecnologias educacionais foram um dos temas de grande discussão. “A pandemia acelerou o processo das tecnologias em seus diferentes usos no processo de aprendizagem. Daqui por diante, qualquer secretaria de educação precisa colocar no seu planejamento a educação híbrida, que media diferentes diferentes arranjos curriculares a partir do uso de tecnologias, que veio para auxiliar, flexibilizar a aula que os nossos professores podem ministrar”, afirmou o Mozart.
A professora Vastí lembrou ainda sobre os investimentos em tecnologias educacionais realizados pela rede municipal, como chromebooks, telas interativas, tablets para o Estudo é Tudo!, robôs para o Ensino Infantil, entre outros. “Os dados patrocinados (internet de banda larga) estão chegando para as escolas, uma vez que o processo está em fase de contratação por meio de licitação”, explicou.
Durante a explanação, foram apresentados estudos que apontam que as crianças que desenvolvem habilidades socioemocionais têm 35% menos chance de serem presas, 44% mais chance de concluírem o Ensino Médio e de obterem ganhos três vezes maiores – são impactos no campo emocional e social.
“Richard Hamming cita a frase ‘Professores deveriam preparar o aluno para o futuro do aluno, não para o passado do professor’ e o grande desafio é que o professor não pode ficar olhando o retrovisor, tem que fazer um ‘esforço fora da caixa’, olhar para onde aponta o farol para que consigamos dar aos estudantes o significado que eles tanto precisam no processo de aprendizagem. Pensar no futuro que chegou é um cenário disruptivo com transições abruptas e cada vez mais regulares”, alegou o educador.
A educação baseada em muito conteúdo foi um dos temas finais da apresentação. “No mundo que estamos vivendo, o conteudismo não reflete em mais conhecimento para os estudantes. Em um evento em Cingapura, os educadores comentaram que o mundo que acreditamos é o que os alunos são formados para serem protagonistas, autônomos para seu desenvolvimento pessoal e profissional. A educação mudou, assim como o mundo. É importante ter uma sala de aula mais colaborativa, que saia das paredes da escola e dialogue com o seu entorno, além de ter intencionalidade nas atividades curriculares e extra classe. Temos uma grande oportunidade de melhorar a educação brasileira”, declarou o professor Mozart.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação
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