Rota Afro chega ao primeiro ano com 900 visitantes em 20 edições
Publicada em 20/11/2023 às 07:45A cada ponto visitado na ‘Rota Afro – Circuito de Memória da População Negra em Jundiaí’ um mergulho em memórias perdidas e histórias não ouvidas é dado. Ao observar o público visitante, é impossível não reparar em olhos que marejam a cada reflexão. E é justamente para resgatar o passado, lembrar a potência e força do povo negro na história de Jundiaí e combater o apagamento da história que o projeto foi iniciado há um ano.
Com 20 edições realizadas, a Rota já recebeu mais de 900 pessoas em visitas monitoradas, com muita história e intervenções artísticas realizadas por 20 atores, 16 deles negros. Entre os locais pelos quais os grupos passam estão Espaço Expressa, Espaço África do Jardim Botânico, Clube Beneficente, Cultural e Recreativo 28 de Setembro, Museu Histórico e Cultural Solar do Barão, além de pontos da região central.
O projeto seguirá forte em 2024, por meio da Unidade de Gestão de Cultura (UGC), com os departamentos de Cultura e Patrimônio Histórico. A agenda das visitas será anunciada no site da Cultura e da Prefeitura.
“Jundiaí é sempre lembrada como a colônia italiana. No entanto, também foi terra indígena e de pessoas escravizadas. Na Rota, contamos a história pelo olhar do colonizado e não do colonizador”, comentou Valéria de Paula Ignácio, co-responsável pelo projeto.
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Ela reforça que a Rota vem para desconstruir a história do embranquecimento de Jundiaí. “Muito se fala dos europeus, porém, os negros e povos indígenas são apagados. Cabe à Rota fazer essa provocação e trazer essa história à tona.”
O diretor de Cultura de Jundiaí, João Carlos de Luca, destacou que o projeto cumpre seu papel como ação do poder público de educação patrimonial. “Fora a parte educacional, a Rota é interativa, com experiências artísticas”, explicou. João destacou ainda que o projeto é uma importante ferramenta de combate ao racismo, que reforça o protagonismo e orgulho do povo negro em Jundiaí.
Ele observou que, além de adultos, muitas crianças participam a Rota. “É importante que conheçam a história e tenham orgulho da sua afrodescendência”, comentou.
E justamente para que entrem em contato com a história ancestral, o administrador William Souza, que foi pela 4ª vez na Rota no último sábado (18) levou os filhos Julia, de 9 anos e Juan Pablo, de 10 para conhecerem o projeto. “Aprendi muito”, disse o menino. Já Julia falou sobre história. “É bom entender sobre o nosso passado e como chegamos até aqui.”
O pai conta que na segunda visita à Rota já teve um novo olhar sobre tudo o que via. “Voltei com um olhar mais maduro e digeri tudo o que vi. Somos descendentes de reis e rainhas e desconhecemos nossos ancestrais.”
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ
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