Tradição, costumes e potencial econômico marcam as comemorações do Dia do Agricultor em Jundiaí
Publicada em 28/07/2025 às 17:00Comemorado nacionalmente nesta segunda-feira (28), o Dia do Agricultor ganha em Jundiaí — Terra da Uva e de tantos outros cultivos rurais — um sabor especial. As homenagens aos produtores do Município se unem aos motivos para celebrar as tradições e os costumes passados de geração em geração pelas famílias do campo.
“A atividade agrícola encontrou em Jundiaí uma terra fértil para a geração de trabalho e renda, além da criação de oportunidades que levam o nome do Município para todo o País. Atualmente são mais 190 quilômetros quadrados de área cultivada, com mais de 1,5 mil propriedade rurais ativas, das quais a imensa maioria é conduzida no formato da agricultura familiar. Isso tudo como resultado do empenho e da tradição dos produtores, que, somados aos programas de incentivo da Prefeitura para a inovação, tecnologia e permanência das famílias no campo, e que se traduz nos números, no fomento ao Turismo e, no cenário paulista, com Jundiaí ocupando a 3ª posição no Ranking Município Agro”, comentou a gestora da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT), Marcela Moro.

Produtores
Veterinária de formação, a Sônia Frigeri já trabalhou em granja e com apicultura, mas há 30 anos se dedica à produção de flores e plantas ornamentais. Atualmente a sua propriedade, localizada no bairro do Champirra, totaliza cinco hectares de área, entre seis blocos de estufas, viveiro e campo aberto, e emprega 12 pessoas em funções diversas.
As vendas mensais da propriedade totalizam até 20 mil unidades e são direcionadas com exclusividade diretamente a uma cooperativa em Holambra. De lá, tudo o que é produzido na propriedade da Sônia – flores, plantas ornamentais, vasos e folhagens – chega a floriculturas, decoradores, supermercados, paisagistas e organizadores de festas de todas as cinco regiões do Brasil e países da América Latina, como o Uruguai. Segundo Sônia, o ranking de vendas continuam sendo o Dia das Mães, seguido do Dia dos Namorados e das festas de final de ano.
“A vida do agricultor é de muitos desafios, pois, além dos fatores dos quais os outros segmentos também dependem, nós dependemos de coisas incontroláveis, como o clima, a água, pragas e doenças. Mas é algo apaixonante, pois trabalhar com a natureza é trabalhar com a beleza e ver como cada vegetal se comporta conforme cada um dos ciclos e estações. A planta que vemos muito pequena depois se torna um carinho na forma de um presente para alguém. E é esta a mensagem gratificante que recebemos de volta”, comemora Sônia.

Já no Traviú, o produtor João Brunelli – integrante de uma das cinco famílias responsáveis pela fundação do bairro – é, há cerca de 18 anos, o pioneiro na região a se dedicar ao plantio da Pitaya, fruta de origem mexicana que se espalhou pelo mundo faz um século com sua pulverização pelo mercado asiático. Nos mais de cinco hectares da propriedade do João, sai mais de dois mil pés plantados, dos quais mais de 1,2 mil produzem, em seis floradas anuais – entre agosto e julho -, até 16 quilos de fruta cada, anualmente.
“A agricultura veio para mim como herança. Já trabalhei no comércio e me formei em Educação Física, mas foi no campo que eu mais me identifiquei. Éramos produtores de uva quando conheci a conheci a pitaya no Mercado Municipal, em São Paulo. Uma fruta então exótica, que pensei como uma alternativa menos trabalhosa do que a uva. Para o meu engano, pois ela precisa de poda o ano inteiro, o seu cacto é espinhoso e precisa de muita água. Mesmo com a sua proliferação no mercado, o preço ainda compensa e seu cultivo é apaixonante”.
Entre os pés em desenvolvimento e em teste, são mais de 50 as variedades presentes no sítio, entre espécies importadas e nacionais, desenvolvidas pela Embrapa. “São inúmeras as variações de cores de casca e de polpa – entre o amarelo, roxo, rosa e vermelho, que podem ser aproveitados para o consumo in natura, sucos, sorvetes, mousse, geleias, cerveja e até caipirinha. Comecei com 300 mudas e hoje vendo no Ceasa e Ceagesp, chegando até o mercado carioca. Eu até me emociono, pois costumo agradecer esses comerciantes, no final do ano, por conta das vendas. Mas eles me dizem: ‘Não precisa nem agradecer. Sua fruta é tão boa que vende sozinha’”, comentou emocionado.

E no bairro do Bom Jardim, o Valmir Pavan se sente agricultor já há 55 anos. “Eu nasci nesta propriedade e a vida inteira eu passei e trabalhei aqui”, comenta. Juntando os sítios de todos da família, a área total ultrapassa os cinco alqueires e que já chegou a produzir mais de 15 mil caixas de Uva Niagara num ano. “98% da produção é com a Rosada e os 2% restantes da Branca, plantadas já de forma estratégica nas vias com as plantas para que, ao serem colhidas, já possam ser montadas de forma padronizada nas caixas.”
E acrescenta. “Os desafios para o agricultor são grandes. Não temos garantias de colheita e de preço, temos o desafio de diminuir os defensivos usados, é difícil achar mão de obra, o trabalho é sob o sol. Mas também há muitas vantagens e a Prefeitura faz a sua parte, por exemplo, com os incentivos para a compra das telas e as pesquisas para combate a pragas como a Glomerella. É um trabalho que exige amor e dedicação, e me traz liberdade. Quando a mercadoria está bonita, isso também remunera e dá o prazer de, com este meu sangue italiano, manter uma tradição”, ponderou.
Semana do Agricultor
Em parceria com a Associação Agrícola de Jundiaí, a UGAAT realiza a partir desta segunda-feira (28) a tradicional Semana do Agricultor 2025, com uma série de atrações temáticas. Os detalhes podem ser conferidos no site da Prefeitura.

Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ
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