Rede Pop Rua: além de pernoite e demais cuidados, abrigos para a população em situação de rua atuam na reinserção social
Publicada em 08/02/2022 às 11:05Após o atendimento no Centro Pop e acolhimento temporário na Casa de Passagem, os equipamentos da rede socioassistencial Rede Pop Rua voltados ao abrigamento da população em situação de rua para durações maiores são os Abrigos.
O serviço, definido pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), pode ter duração prorrogável de até seis meses e é oferecido pela Prefeitura, atualmente por meio de parceria com as Organizações da Sociedade Civil (OSC) Santa Marta e SOS Cristão.
“O trabalho desenvolvido visa à inclusão dos indivíduos na rede socioassistencial, garantindo assim os direitos e acessos aos serviços necessários para a construção do seu processo de saída das ruas. Nos abrigos, por exemplo, há grupos de terapia ocupacional, acompanhamento psicossocial e formação profissionalizante. Por isso lançamos a campanha ‘Menos Esmola Mais Dignidade’, para conscientizar a população de que a oferta de esmola pode, enquanto solução imediata, afastar os usuários dos serviços, dificultado a construção desse processo de saída das ruas”, explica a gestora da Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS), Maria Brant.
Para o abrigamento institucional da população em situação de rua, a Prefeitura disponibiliza mais de cem vagas mensais. Somente na modalidade abrigo são 60, divididas entre as duas OSC, e em locais com funcionamento 24 horas. A equipe técnica é formada por psicólogos, assistentes sociais, arte-educadores, terapeutas ocupacionais, cuidadores, monitores, cozinheiros e motoristas.
Segundo o coordenador do serviço pela Casa Santa Marta, Moisés Leme, a estrutura e o funcionamento das instalações visam à reinserção social. “Todo o funcionamento do abrigo, os horários e as regras, são definidos de forma comum entre os acolhidos. Esse é um aspecto importante, já que a ideia do serviço é trabalhar para que os acolhidos sejam reintegrados à sociedade. Por isso trabalhamos pela autonomia deles, para que tenham lugar no mundo do trabalho e estejam em contato com a família de origem”.
Enquanto estão acolhidos, os usuários contam com acompanhamento profissional individualizado e construção do plano de saída das ruas, por meio de terapias, grupos psicossociais e de narcóticos anônimos, orientações sobre empregabilidade e elaboração de currículos, além de oficinas de artesanato, marcenaria e manejo de hortas e galinheiro.
O acolhimento em abrigo não atende na modalidade “portas abertas”, como o Centro Pop e a Casa de Passagem, mas acolhe os usuários já encaminhados por esses dois serviços. Usuários novos, ainda sem acompanhamento pela Rede Pop Rua, só são direcionados para vagas de abrigos durante a Operação Noites Frias, acionada pela UGADS sempre que a temperatura durante as madrugadas é inferior a 13°C. Nesse período, os abrigos aumentam a capacidade de acolhimentos, com a oferta extra de camas e colhões, sem aumento do valor de contrato com a Prefeitura.
Moisés explica também que, em 2021, 50 pessoas passaram pelo serviço na OSC Santa Marta. “Desses, cerca de 35% já foram reinseridos na sociedade, por meio do recâmbio à família de origem e da conquista de emprego. Temos antigos abrigados que até hoje vêm nos visitar e que mantêm conosco contato via rede social. Isso só é possível graças ao engajamento e comprometimento de uma equipe e de uma rede que faz tudo com muito amor”, conclui.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ
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