Dia Internacional da Dança será comemorado em Jundiaí com espetáculos gratuitos no palco do Polytheama
Publicada em 26/04/2022 às 12:08Após a extensa programação do 24º festival Enredança, preparada pela Unidade de Gestão de Cultura (UGC) e que agitou diversos palcos de Jundiaí ao longo do mês de abril, a cidade volta a viver e respirar a Dança nesta sexta-feira (29), dia em que é comemorado mundialmente o Dia da Dança como forma de homenagear esta importante manifestação artística.
A comemoração nesta sexta-feira (29) será no Teatro Polytheama e começa às 19h30, com entrada gratuita, as apresentações dos espetáculos “Fevo – O corpo que eu habito você não mora mais”, com À Margem Coletivo de Dança, e “Percurso”, com o IOA Cia. de Dança, e abertura por conta do grupo de Dança Geração mais 60.
Cada pessoa terá direito a dois ingressos, que poderão ser retirados a partir das 10h desta quinta-feira (28), tanto na bilheteria do teatro (Rua Barão de Jundiaí, 176, Centro) quanto pela internet, por meio da plataforma Sympla.
Segundo o gestor de Cultura, Marcelo Peroni, a ação completa um ciclo de atividades desenvolvidas em diversos pontos da cidade, oportunidade para que escolas, academias, grupos de dança e bailarinos solo pudessem mostrar a sua arte e seu potencial. “Quando se fala em Dança, Jundiaí se destaca no cenário nacional como um polo produtor de grande qualidade e referência. A cada ano, mais e mais bailarinos deixam Jundiaí e passam a integrar companhias de grandes centros brasileiros e também do exterior.
Essa história teve início com Glória Rocha, uma mulher à frente do seu tempo, que lutou com toda paixão pela arte do movimento do corpo e que deixou um legado para a nossa gente, com marcas que se perpetuam na memória e na história”.
Outro aspecto observado por Peroni foi que a dança tem o poder de captar e transmitir traços particulares de diferentes culturas através dos tempos. “Existem diversos estilos de dança diferentes, cada um com a sua própria personalidade. O Dia da Dança busca a valorização dessas identidades distintas. O público que comparecer ao Polytheama vai assistir a dois excelentes espetáculos, com concepções diferentes e distintas. Será uma grande noite de comemoração, ” finalizou.
As apresentações
“Fevo” é um espetáculo de dança do À Margem Coletivo de Dança, criado a partir dos depoimentos de algumas dentre milhares de mulheres que sofrem agressões domésticas, e do dado alarmante do crescimento destes casos de durante o período da pandemia do Covid-19. No espetáculo a figura a casa é usada para intensificar o quanto esse ser feminino se sente humilhada, invadida e desestruturada nesta situação que acontece justo onde deveria ser lugar de proteção, bem como o corpo-casa, que se vê invadido e agredido na maioria das vezes por quem deveria amá-lo e protegê-lo.
O À Margem Coletivo de Artes foi criado em 2005 pela atriz e bailarina Ellen Navarro e o artista plástico Andrey Guaianá Zignnatto, com o objetivo de desenvolver oficinas de arte em apoio a projetos e instituições que trabalham com pessoas que vivem em situação de alta vulnerabilidade social. Desde sua criação o coletivo já atuou na Síria, Líbano, Angola, Cuba e no Brasil com destaque para projetos com refugiados de guerra, famílias que vivem na região conhecida como Cracolândia em São Paulo, e centros de detenção do sistema prisional paulista. A partir destas experiências, o coletivo começou um processo de desenvolvimento de ações artísticas, resultando em performances, vídeo arte e espetáculos de dança contemporânea.
Já “Percurso” é um trabalho coreográfico traçado pelos movimentos no corpo de cada bailarino a partir dos ritmos musicais da trilha composta por batidas africanas, que enraízam o estilo e cria laços e encontros no decorrer do caminho. O projeto idealizado pela coreógrafa Luana Espíndola propõe a realização de um espetáculo de Jazz, com a mais tradicional Cia. de Dança de Jundiaí, o IOA, que tem 66 anos de fundação, uma das mais antigas do Brasil, sendo este espetáculo de alto teor histórico e cultural, enaltecendo a cultura negra e popular, já que traz à tona as referências do Jazz Dance, que nasceu na África.
O trabalho, segundo a coreógrafa, enquadra-se na modalidade Jazz, porém, traz um olhar na contemporaneidade dos corpos e comportamentos atuais, o que causa identificação, mesmo no público leigo, por ser uma dança contagiante, que não requer tanto embasamento filosófico ou conceito para se fazer entender. Na verdade, é muito mais sobre sentir, sobre a valorização do processo, dos instrumentos de percussão, da cultura, sobretudo popular e negra, através da dança, não somente pela sua beleza estética, mas no movimento físico, solto e envolvente embasado na técnica do Jazz Dance.
Origem
O Dia da Dança foi criado em 1982 pelo Comitê Internacional da Dança (CID) da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O 29 de abril foi escolhido como data, pois marca o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), um mestre do balé francês.
Noverre foi bailarino e professor de balé, e ficou conhecido por ter escrito uma das obras sobre a dança mais importantes da história, “Lettres sur La Danse” ou “As Cartas Sobre a Dança”, em português. Apenas por coincidência, a data está associada a uma personalidade brasileira de importância no balé, Marika Gidali, bailarina cofundadora do Ballet Stagium em São Paulo, que também nasceu no dia 29 de abril.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação e Fotógrafos PMJ
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