Polytheama lota para evento “Suicídio: Quais são os seus laços com a vida?”
Publicada em 29/09/2022 às 11:44A Prefeitura de Jundiaí, desde o ano de 2017, encerra o mês de setembro com um debate sobre o tema suicídio, no Teatro Polytheama. Na noite de quarta-feira (28), o local foi palco para o debate sobre o ‘Suicídio: Quais são os seus laços com a vida?”. Além da participação de especialistas em saúde mental, a população participou fazendo perguntas aos palestrantes.
“A pandemia da COVID-19, assim como esperado, impactou fortemente na saúde mental da população. Jundiaí se organizou para enfrentar essa intercorrência com a implementação do Plano Municipal de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, além do reforço nas equipes de atendimento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Falar sobre o tema e proporcionar atendimento adequado são ações que mudam a perspectiva das pessoas”, comentou o prefeito Luiz Fernando Machado, que não pode comparecer ao evento, mas encaminhou vídeo para apoio à ação.
Com apresentação e mediação da jornalista e superintendente da FTVTEC, Mônica Gropelo, – órgão responsável pela transmissão ao vivo pelos canais digitais da FTVTEC e Prefeitura de Jundiaí -, o tema foi abordado pelos especialistas com abordagens diversas. “Este trabalho é grande e representativo para a sociedade, que vive um momento pós-pandemia com muita demanda para a saúde mental. Abordar o tema, apresentar para a sociedade, com falas de pessoas técnicas e que vivenciam as dores dessas famílias, é uma forma de oferecer ajuda àqueles que precisam de um abraço e apoio para encontrar o caminho para olhar a vida novamente colorida”, explicou a superintendente.
“A administração pública deve, não somente construir pontes, vias e escolas, como oferecer espaço para que as pessoas, principalmente os jovens, projetem sonhos e expectativas. Os números crescentes de suicídio e autolesão impactam o mundo e Jundiaí está atenta para essa situação, por isso, fortalece as políticas de atendimento e equipamentos de apoio para ouvir, acolher e cuidar daqueles que precisam”, ressaltou o gestor da Casa Civil, Dr Gustavo Maryssael de Campos.
Participaram do evento no Teatro a psicóloga e coordenadora do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do suicídio, Karen Scavacini, coordenador de Saúde Mental da Prefeitura de Jundiaí, Alexandre Sandri, dirigente regional de ensino de Jundiaí, Valdete Melo, gestora de Educação de Jundiaí, Vastí Ferrari Marques, gestor do Programa Conviva da Seduc-SP, Mário Augusto Vitoriano Almeida, especialista em comportamento suicida da Polícia Militar, Tenente-coronel Hugo, médica psiquiatra, voluntária do CVV e sobrevivente das dores de um filho que tirou sua vida há 10 anos, Maria Cristina Ramos de Stefano, voluntária do CVV Jundiaí, Maria Bernadete Amaral, coordenadora dos cursos da saúde da Faculdade Anhanguera de Jundiaí, Priscila Azevedo Girotti Martins e o gestor da Casa Civil de Jundiaí, Gustavo Maryssael.
Segundo a palestrante Karen Scavacini, o suicídio é multifatorial e é necessário estar atento aos sinais. “Tristeza, mudanças de hábitos, baixa autoestima, isolamento, alterações psicossociais, econômicas e até a tecnologia usada de maneira inadequada estão relacionados. Hoje não há separação entre o on-line e o cotidiano. A internet é um local público, e sendo assim os mesmos cuidados que se tem em andar por um local público desconhecido, é necessário ter na internet”, alertou a especialista.
Dados
No mundo, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano. Em Jundiaí, em 2021, foram registrados 32 suicídios ao longo do ano. Neste ano, são 16 ocorrências até julho. A maior prevalência é entre homens de 20 a 59 anos. Considerando a média dos últimos cinco anos (2017-2021), a taxa de mortalidade por suicídio é de 6,3 por 100 mil habitantes. A cidade está em condição similar a outras de mesmo porte.
Por meio do Decreto n° 31.494, de 23 de julho de 2022, o Plano Municipal de Prevenção da Automutilação e do Suicídio e Criou o Comitê Permanente de Acompanhamento e Monitoramento do Plano Municipal de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, com ações nos eixos de Vigilância e qualificação da informação, Prevenção do suicídio e Promoção da saúde e gestão do cuidado.
A rede municipal de saúde também dedica atenção especial à área de saúde mental, atuando por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). São disponibilizados quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo dois serviços para adultos (CAPS III e CAPS II), um serviço para crianças e adolescentes (CAPS Infantojuvenil) e um serviço para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e drogas (CAPS AD III).
O atendimento é feito por equipes multidisciplinares, compostas por enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, entre outros. Não há necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento de outro serviço para a realização do acolhimento (primeiro atendimento no serviço).
O CAPS III e o CAPS AD III operam com funcionamento 24hs, tendo condições de oferecer aos usuários atendidos pelo serviço, nos momentos de agravamento do quadro, a hospitalidade integral, ou seja, permanência diuturna no serviço.
Além disso, as 35 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), apoiadas por oito equipes do NASF (Núcleo Ampliado de Saúde da Família), também ofertam atendimento.
A RAPS conta, ainda, com uma equipe de Consultório na Rua, voltadas aos usuários que se encontram em situação de altíssima vulnerabilidade e que não conseguiriam acessar os serviços de saúde tradicionais. Outros pontos desta rede incluem o Centro de Convivência, Cultura, Trabalho e Geração de Renda (CECCO), as Unidades de Acolhimento, os Serviços Residenciais Terapêuticos e a enfermaria de retaguarda de Saúde Mental no Hospital São Vicente de Paulo.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ
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