Debate sobre a questão racial supera expectativas

Publicada em 14/05/2013 às 17:12

“As políticas públicas de ordem racial devem ser de Estado e não de governo.” A afirmação é da ex-ministra e atual secretária adjunta de Promoção de Políticas de Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo, Matilde Ribeiro, ao falar, na manhã desta terça-feira (14), para o prefeito Pedro Bigardi, secretários e diretores municipais no 1º Colóquio ‘A Política de Efetivação dos Direitos da População Negra’.

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O prefeito Pedro Bigardi abriu o evento no auditório do Paço

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Organizado conjuntamente pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial e Escola Municipal de Governo e Gestão, o evento, realizado no auditório do Paço Municipal, contou com a participação também do presidente do Instituto Luiz Gama e consultor da Federação Quilombola do Estado de São Paulo, Sílvio Luiz de Almeida, e da socióloga e advogada Maria Cristina Barbosa, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Para a ex-ministra, o que aconteceu em Jundiaí foi um esforço do prefeito em reunir a equipe para discutir perspectivas para uma área política que não é comum existir nas prefeituras, muito menos que os secretários tomem a dianteira disso de maneira conjunta. “Certamente ela terá desdobramento no planejamento das ações da Prefeitura. A questão racial e as desigualdades não podem ser tratadas como questões periféricas dentro da estrutura de governo”, explicou.

Segundo ela, são temas que devem envolver todas as esferas da administração pública e essa lógica de se pensar o todo é extremamente importante.

Matilde Ribeiro: questão racial não pode ser tratada como periférica

Matilde Ribeiro: questão racial não pode ser tratada como periférica

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Ao abrir o evento, o prefeito Pedro Bigardi comentou sobre a criação das novas coordenadorias na estrutura da administração. “A ideia é atender aos setores que estavam sem debate, pois se o governo não estiver afinado com essas políticas, não vamos chegar a lugar algum”, disse.

Já o envolvimento de todas as secretarias, de acordo com Marcelo Lo Mônaco, diretor da Escola de Governo, visa favorecer um intercâmbio que permita estabelecer metas de ações conjuntas. “Vamos sensibilizar a alta gerência e depois disseminar”, comentou Lo Mônaco.

O presidente da Federação Quilombola, Sílvio Luiz de Almeida, enfatizou que a precariedade na organização faz com que os negros sejam menos atendidos em muitas questões. “O estado brasileiro tem o dever de agir e desmontar tudo o que existe contra a população negra”, afirmou. Na opinião dele, o que deve prevalecer é a discriminação positiva, ou seja, desigualar para construir situações de igualdade.

Com o evento desta terça-feira (14), Jundiaí dá um grande passo nessa direção, o que gerou elogios também da socióloga Maria Cristina Barbosa. “Todos queremos e devemos trabalhar por uma sociedade onde não haja tanta desigualdade”, falou a palestrante.

Ao final do encontro, Vanderlei Victoriono, o B.A., à frente da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, disse que a iniciativa ficou muito além das expectativas, contribuindo para alavancar o debate sobre a questão racial em nossa cidade. “A força e a beleza da negra África pulsam e misturam-se com todas as raças e traduzem a melhor expressão brasileira de ser. Jundiaí é negra, bela e brasileira.”

Por Alcir de Oliveira
Fotos: Cleber de Almeida


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2013/05/14/debate-sobre-a-questao-racial-supera-expectativas/

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