Controle ‘ecológico’ de capivaras começa a ser implementado
Publicada em 05/06/2013 às 14:35A operacionalização do projeto de manejo de capivaras, iniciado de maneira pioneira neste ano pela Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, começou nesta quinta-feira (6) com o primeiro encontro da equipe com representantes de bairros atingidos pelo problema da multiplicação desses animais silvestres.
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Essa metodologia adotada em Jundiaí envolve a construção de um “brete” semifechado e a participação de moradores locais na manutenção de alimentos (“ceva”) até que os animais circulem naturalmente pelo espaço e este possa ser fechado para o trabalho de esterilização – feito com a ligadura tubária para as fêmeas e com a vasectomia para os machos.
“É diferente da castração, que mudaria os hormônios e dissolveria o grupo com a perda do ‘macho alfa’, por exemplo. Dessa maneira, as capivaras continuam no local mas não mais se reproduzem”, explica Jairo de Cássio Pereira, biólogo da equipe.
O desafio dessa etapa do projeto é a parceria entre Prefeitura e comunidade, uma vez que o custo levantado para a instalação do “brete” é de R$ 5,9 mil e ainda existe a questão da vinda de uma equipe de Viçosa (MG). Para esta última demanda é possível a cobertura pelo governo, pois o trabalho dos veterinários nesse tema vai formar também profissionais locais como da Coordenadoria de Bem Estar Animal (Cobema).
Setores atingidos por esse tipo de situação serão convocados para as conversas. O trabalho já identificou a presença de risco de superpopulação de capivaras em regiões como do Mirante Jundiaí, do Santa Adelaide, da Toca e Roseira, do Mato Dentro, do Gramadão, da Terra Nova, do Jardim Tannus, dos Campos Elísios e muitos outros bairros.
Educação ambiental
O ponto mais destacado do projeto, na opinião de Gramolelli, foi o controle de risco de doenças relacionadas ao chamado carrapato estrela durante os meses de março e abril, quando o clima proporciona a multiplicação. “A orientação de corte do mato e até cercamento de locais de uso comum para evitar o contato foi bastante eficiente”, afirmou.
Entre as parcerias realizadas nessa fase esteve a Secretaria de Saúde, com o Centro de Controle de Zoonoses. De acordo com o gerente Carlos Ozahata, a cidade teve nos últimos cinco anos, quatro casos de febre maculosa causada pelo carrapato e nenhum foi registrado neste ano.
“Com esse trabalho estamos desenvolvendo um método educativo, que questiona os motivos que levaram as capivaras a se multiplicarem, as formas de controle de baixo impacto e a relação da população com o ambiente”, analisa Pereira.
Por José Arnaldo de Oliveira
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