As histórias de um astronauta em Jundiaí
Publicada em 29/07/2013 às 18:52“Se você acreditar, dá para ir até fora do planeta”. A frase é do astronauta brasileiro Marcos Pontes, que esteve sábado (27), em Jundiaí, participando do encerramento do 41º Encontro Regional de Ensino de Astronomia-EREA. O evento, que lotou o auditório da ETEVAV Jundiaí (Escola Técnica Estadual Vasco Venchiarutti), teve quadro dias de duração sob coordenação do professor Rafael Purgato. Antes disso, professores da rede pública de ensino acompanharam durante a semana palestras e oficinas no Complexo Argos.
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O astronauta Marcos Pontes prendeu a atenção do público durante quase 2 horas, exibiu fotos e filmes da viagem à Estação Espacial, em março de 2006. Ele contou as experiências que viveu no espaço, como chegou a ser astronauta e deu uma aula de motivação. “Se você quer uma coisa, corre atrás. É preciso ter em mente as regras: estude, trabalhe, persista e faça sempre mais do que esperam de você.”
O coordenador do EREA em Jundiaí, Rafael Purgato, fez avaliação bastante positiva do evento. “A área da Ciência desperta grande curiosidade das pessoas e leva a busca do conhecimento. Tivemos palestras excelentes e oficinas muito proveitosas, até com o lançamento de foguetes. Os professores levam uma ótima bagagem para a sala de aula”.
A realização do EREA contou com apoio da Secretaria de Educação, Secretaria Estadual de Educação, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, SAB, Ministério da Ciência e Tecnologia. Realização – Olimpíada Brasileira de Astronomia.
Marcos Pontes
Da hora que chega, até o momento de pose para fotos e autógrafos, o astronauta brasileiro, Marcos Pontes, encanta a todos com simpatia e disposição em contar as experiências e mensagens positivas.
Filho de família simples de Bauru, o astronauta brasileiro começou a carreira buscando a realização do sonho de ser piloto. Foi para a Academia da Força Aérea em Pirassununga, mas tinha que trabalhar para ajudar a família. Formou-se em 1984 como piloto de caça e, em seguida, fez o mestrado no Brasil.
Em junho de 1998 tornou-se capitão da Força Aérea Brasileira. E ficou sabendo das inscrições para o cargo de astronauta pela Agência Espacial Brasileira. Inscreveu-se e três semanas mais tarde fora convocado. Ficou 2 anos em curso até receber o brevê (autorização) de astronauta. “Exigiu muito sacrifício, mas vence quem tem coragem”, conta Marcos Pontes.
No dia 29 de março de 2006, houve o lançamento rumo à Estação Espacial. Segundo Marcos, de todo período que passou na preparação para a viagem espacial, o mais marcante foi o dia anterior ao lançamento, pois após o treinamento intenso de 5 meses, ele teve apenas 30 minutos para se despedir da esposa e dos dois filhos. “Naquele momento você pensa o que você não disse para seus filhos que gostaria de ter dito e não há muito o que dizer, é hora de ir”. E complementa “o espaço é um desafio grande e eu queria voar e vencer o meu desafio.”
Quando fez a missão espacial, Marcos tinha 43 anos e conta que ir ao espaço deixa sequelas na saúde. “Ir ao espaço é muito bom, é ver coisas maravilhosas e adquirir grande experiência, mas o corpo sofre. A mente, entretanto, se abre bastante, há uma grande mudança na vida da gente”. Segundo Marcos, o astronauta recebe grande dose de radiação que provoca vitiligo e descontrole hormonal que exige tratamento médico constante.
As crianças
Marcos Pontes mora com a família em Houston, nos Estados Unidos, mas viaja constantemente ao Brasil onde tem a Fundação Astronauta Marcos Pontes e é também embaixador da ONU para desenvolvimento industrial no Brasil.
Seu trabalho é dirigido principalmente às crianças e ao ensino que se dá a elas. “A Astronomia é disciplina que abrange o conceito de tempo e os valores que as crianças precisam aprender. O estudo tem que ser integrado ao mundo que a criança vive com as coisas modernas. As crianças têm que ver a aplicação do que aprende”.
Como embaixador da ONU, Marcos trabalha num projeto que foi aprovado para a instalação do Eco Estado, que deverá acontecer em Roraima. “Trata-se de reunir num só local tecnologia do mundo inteiro, tudo ligado ao desenvolvimento sustentável. O objetivo é juntar tudo que se pode aproveitar para melhorar o meio ambiente, utilizando sistema de rede inteligente de água, energia, começando com projeto piloto na área rural.”
E por fim, Marcos trabalha e se prepara para ir ao espaço novamente numa possível missão em 2016. Para mais informações, o site dele é o www.marcospontes.com.br.
Por Rosana Pagano
Fotos: fotógrafos – PMJ
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