Especial: A memória de Jundiaí em um click

Publicada em 06/11/2013 às 19:43

Durante os quase 40 anos em que trabalhou como jornalista, Geraldo Gomes Gattolini foi testemunha ocular de alguns dos mais importantes acontecimentos políticos do País. Desde quando deu início à carreira, na Rádio Clube de Itapira, em 1953, até os anos em que comandava a agência JB (Jornal do Brasil) em São Paulo, Gattolini presenciou o nascimento e a extinção de diversos partidos políticos; viu, de perto, o burburinho de manifestações populares como as Diretas Já; de quebra, presenciou o surgimento e a ascensão de inúmeros líderes políticos, como Lula e Fernando Henrique Cardoso.

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Dedicação: ‘Li todas as atas da Câmara Municipal de Jundiaí entre 1657 e 1920′

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Em Jundiaí, não foi diferente. O também pesquisador e historiador – apaixonado pelas curiosidades da rica história da cidade – começou a pesquisar documentos históricos que ajudam a contar e a desvendar a história da cidade. O material pertence, na maioria das vezes, ao 1º Cartório, aos arquivos municipais – como da Câmara de Vereadores – e estaduais.

“Ainda não publiquei 15% do material que tenho. Ao todo, são 282 artigos que não foram postados no site”, garante.

O trabalho começou em 1997. Desde então, seu Geraldo vem destrinchando esse acervo, como um incansável garimpeiro histórico. Algumas dessas preciosidades, acompanhadas de artigos explicativos, estão disponíveis para consulta em seu recém-criado site www.memorialdejundiai.com, no ar há menos de uma semana e ainda passando por alguns ajustes técnicos, o que não inviabiliza a visita do interessado.

Histórias
Aos 73 anos e tendo a companhia de cinco gatos, Geraldo oferece informações inusitadas no site, como a dúvida que permeava o gabinete do então prefeito Ibis Cruz, em 1973: a avenida 9 de Julho terá duas ou três pistas? Outra: em 25 de agosto de 1932 um pequeno avião do Exército bombardeou a estação ferroviária. E por aí vai.

O portal traz informações inusitadas sobre a história de Jundiaí

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“Eu li todas as atas da Câmara Municipal de Jundiaí entre 1657 até 1920. É uma história riquíssima que muitas vezes o cidadão não conhece. A ideia é resgatar esse conteúdo e deixá-lo em um mesmo local.” A data é essa mesma, 1657, quando os Bandeirantes desvendavam o interior brasileiro.

“Descobri que Bartolomeu Bueno da Silva, o bandeirante Anhanguera, era jundiaiense e que a bandeira que partiu em direção a Goiás em busca de ouro saiu daqui da nossa cidade, indo em direção a uma trilha indígena, que hoje é a rodovia Anhanguera”, conta.

Da leitura de tantos documentos, mais histórias curiosas vieram à luz do dia, como a discussão para a aprovação ou não do tráfego de bois e carroças pela rua do Rosário.

Sobre as discussões no Legislativo, o historiador se recorda de tempos passados, quando a tribuna era ocupada por grandes oradores como Tarcísio Germano de Lemos, Walmor Barbosa Martins, Antônio Galdino e Pedro Raymundo, que, diz o pesquisador, usava uma bicicleta para chegar às sessões.

No site também estão disponíveis cinco livros, todos de autoria ou co-autoria de Geraldo, que ajudam a contar a história política, econômica e social de Jundiaí. As obras, algumas ainda não publicadas, estão abertas para download na extensão pdf, tecnologia muito distante da Jundiaí retratada no portal.

Thiago Secco
Foto: Paulo Grégio


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2013/11/06/a-memoria-de-jundiai-em-um-click/
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