Jundiaí volta da Conferência Nacional de Igualdade Racial
Publicada em 11/11/2013 às 19:09Os representantes do município na 3ª Conferência Nacional de Igualdade Racial, realizada de 5 a 7 de novembro em Brasília (DF), estiveram nesta segunda-feira (11) trazendo um pouco do debate em torno do assunto ao prefeito Pedro Bigardi. Foi a primeira vez na história em que Jundiaí esteve presente ao evento como poder público, com a inclusão do tema neste ano dentro das coordenadorias temáticas ligadas à Secretaria da Casa Civil.
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“A participação do governo vem reforçar o diálogo já existente na sociedade civil. Essa é uma postura que está sendo adotada em Jundiaí”, afirmou Pedro Bigardi.
Além de Vanderlei Victorino e Valéria Fonseca, da Ceppir (Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial), da Prefeitura de Jundiaí, a delegação estadual contou com um representante da sociedade civil local, Eduardo Augusto Pereira Ramalho. “Outra delegada da cidade, a Marlene, não pode ir por causa de problemas de última hora”, ressaltou Valéria.
Para o músico e produtor Eduardo (mais conhecido pelo nome de ‘Festa’) as etapas municipal, regional, estadual e nacional da conferência foram muitos diferentes entre si. “A fase nacional é o maior intercâmbio, onde temos contatos com lutas diferentes como os quilombos do Nordeste e Norte, muito próximos das lutas indígenas em defesa de suas terras. Nossa realidade no Sudeste é mais a luta por espaços, que vão muito além das cotas para reduzir a desigualdade”, explicou.
Ele lembrou que muitas polêmicas ainda surgem mesmo em cidades como Jundiaí relacionadas às questões raciais (ainda que parcialmente) como na falta de critérios para lidar com manifestações sociais e culturais desses segmentos, como rituais ou bailes. “O nosso povo, que é preto, pobre e de periferia, merece ter essa postura do governo de dar apoio para as coisas acontecerem. É preciso fazer o empoderamento”, comenta.
Para ele, alguns temas aprovados nacionalmente pelo processo da 3ª Conferência tratam de pontos importantes como as cotas de vagas no serviço público, do estímulo para a presença na iniciativa privada, o combate ao genocídio de jovens negros em São Paulo e até o debate sobre a desmilitarização de serviços policiais.
A implementação municipal do Estatuto da Igualdade Racial foi destacada pelo coordenador Vanderlei Victorino, com a entrega de um exemplar dessa proposta ao prefeito Pedro Bigardi. Pelos relatos, a primeira presença oficial de Jundiaí em uma conferência nacional contra o racismo teve boa repercussão entre movimentos e instituições ligadas ao tema.
Por José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Alessandro Rosman
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