Cai-Cai é a história viva do Carnaval de Jundiaí

Publicada em 21/02/2014 às 15:54

A história das escolas de samba de Jundiaí teve início em 1979 com a Cai-Cai. A agremiação é a mais antiga em atividade na cidade. João Comitre, fundador e presidente da instituição, estava lá, no primeiro desfile, e não esquece do que viveu. “Lembro muito bem do primeiro Carnaval. Minha mãe, ainda viva, era costureira da escola e os desfiles eram na rua do Rosário, no Centro. Eu jogava o chapéu para cima e ‘arrepiava’ uma pirueta para pegá-lo depois.”

MAIS CARNAVAL
O que é que a baiana tem? A União da Vila responde!

Jundiaí encanta cariocas pela riqueza e história

João, Diego Cuba e companhia: prontos para festa

João, Diego Cuba e companhia: prontos para festa

Após 25 anos de luta, conquistas e percalços, a escola encerrou as atividades em 2005, deixando muitos saudosistas na cidade. “Enfrentamos diversos problemas que fizeram com que a comunidade da Vila Lacerda se afastasse um pouco.”

Em 2013, após uma reengenharia levada a cabo pela nova diretoria, a comunidade do samba local recebeu com alegria a notícia da volta da Cai-Cai, que desfilou sem disputar pontos. Neste ano, porém, a história – garantem os membros – será bem diferente.

Nessa retomada entra em cena a figura de Diego Cuba, jundiaiense que assumiu a vice-presidência e o posto de Mestre de Bateria da escola. “Foi muito importante retomar as atividades, manter unido o espírito do bairro e, principalmente, cultivar a história da Cai-Cai”, explica o jovem de 28 anos e que começou a brincar o carnaval aos 5.

Como trunfo para fazer bonito no grupo de acesso, Cuba aposta que a bateria será a grande novidade deste ano. “Nossa bateria vem ensaiando há quase 1 ano, é toda formada na comunidade. Ela vem com ritmos bem diferentes, cadências de maracatu, algo inédito na cidade”, promete, ao explicar que a novidade foi importada de grandes escolas de São Paulo e Rio de Janeiro. “Essa juventude vai surpreender.” A bateria é formada por 60 ritmistas, todos sob o comando do sorridente Cuba, que mudou de endereço por causa da Cai-Cai.

“Morava na Vila Maria Luiza e mudei pra cá pela escola”, diz Cuba, mostrando a casa, que fica a um quarteirão de distância do barracão. “Saio de casa e vou chamando o pessoal com meu apito. Hoje a comunidade se sente representada e está voltando a interagir com a gente, o que é o mais importante.” Prova disso é a aprovação maciça da vizinhança durante os dias de ensaio aberto. “Ninguém reclama do barulho, todo mundo sai para ver e apoiar, está muito legal”, reforça Cuba.

No ano passado, escola voltou à avenida

No ano passado, escola voltou à avenida

Novidade
Para 2015, garantem João e Diego Cuba, a escola vai formar um mestre-sala e uma porta-bandeira com ‘pratas da casa’. “A intenção é sempre valorizar as pessoas do bairro”, afirma João. Mas não fica nisso.

Segundo Diego, a partir de abril a Cai-Cai abre espaço para aulas gratuitas que pretendem formar ritmistas. O professor será o próprio Diego, que pode ser encontrado pelo telefone (11) 95617-0682.

Histórico
A Cai-Cai vem para a avenida com o samba enredo “Bem-vindo ao mundo encantado da imaginação”. Representa toda a comunidade da Vila Lacerda, com pouco mais de 200 componentes e um carro alegórico que promete surpreender. “Estamos com muita vontade de acertar e vibração pra levarmos o Carnaval”, garante João. O desfile será na terça-feira (4).

Thiago Secco
Foto: Alessandro Rosman


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2014/02/21/cai-cai-e-a-historia-viva-do-carnaval-de-jundiai/
Leia mais sobre , ,

Galeria

Baixe as fotos desta notícia na resolução original