Carnaval: Para levar nota 10, Mocidade aposta na Educação
Publicada em 28/02/2014 às 18:37Em 1996, quando teve pela primeira vez um samba-enredo escolhido para representar uma agremiação na avenida, Jacir Ferreira dos Santos, o Jaci Tulipa, não tinha ideia da força das palavras, anotadas à mão em tinta azul numa folha de papel. Naquela ocasião, contribuiu – com uma composição nota 10 – para que a Arco-Íris fosse campeã do carnaval de Jundiaí pela primeira vez.
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Até hoje, 18 anos depois, o letrista não sabe o que é um 9.5. “Em todas as vezes que meu samba-enredo foi escolhido, tendo ou não a escola levado o título, ele ganhou nota máxima”, conta, sem saber ao certo quantas notas 10 já soma no currículo.
História que começou em 1989, quando Jaci fazia parte dos quadros da extinta Eldorado e batalhava para que alguma composição de sua autoria emplacasse. De lá para cá, muita coisa mudou.
“Já tive sambas-enredo escolhidos pela Cai-Cai, Arco-Íris, União da Vila e também disputei a seletiva interna em escolas de São Paulo, como Rosas de Ouro e Tucuruvi”, enumera o “apaixonado pelo carnaval jundiaiense”, como se auto-define.
Neste ano, além de emprestar seu talento lírico para a Mocidade Alegre de Jundiaí, a Leões da Hortolândia também escolheu uma música de autoria do compositor na busca, quase certa, de nota máxima dentro dessa categoria.
“O legal é que não gera nenhum tipo de ciúme ou constrangimento pelo fato de eu ter dois sambas-enredo disputando em escolas diferentes. Tenho um bom trânsito em todas as agremiações da cidade”, afirma. Prova disso é o filho caçula, André, 20 anos. “Sou ritmista da Leões, já ensaiei com a bateria da União da Vila e, nesse ano, estreio no coro da Mocidade, dando suporte ao intérprete Wesley, e já mandando ver num samba do meu pai”, conta orgulhoso, admitindo que compor não é seu forte.
No papel
Para o samba-enredo da Mocidade de 2014, intitulada de “Educação – Transformar o mundo é preciso”, foram necessários 15 dias de muito ‘escreve-apaga, escreve-amassa, escreve-aprova’. Para a empreitada, contou com a ajuda do atual parceiro, Wesley, o cantor da escola.
“Eu recebo uma sinopse daquilo que a escola quer abordar e coloco a ideia no papel, de modo sintético e de fácil assimilação”, abre o jogo Jaci Tulipa, que leva no apelido o bairro onde mora há 23 anos, o Jardim das Tulipas.
Para 2014, Jaci e o filho ainda terão outra experiência inédita: vão desfilar na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, na madrugada de domingo (2). Eles fazem parte do grupo de 150 jundiaienses que vai engrossar o número de componentes da Santa Cruz – agremiação carioca que homenageia a cidade neste ano.
A Mocidade Alegre de Jundiaí representa o Jardim das Tulipas e entra na avenida Luiz Latorre na noite de segunda-feira (3).
Thiago Secco
Foto: Dorival Pinheiro Filho
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