Prefeitura de Jundiaí

A retomada da tradição pela solidariedade

Coragem. É essa a palavra que a fundadora da Feira da Amizade, Mercedes Ladeira Marchi, usa para definir a atitude da primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade (Funss), Margarete Geraldo Bigardi, que pelo segundo ano consecutivo realiza a festa – após uma inatividade de quase duas décadas.

Segundo Margarete, a ideia de trazer a Feira de volta surgiu com o propósito de colaborar com as entidades da cidade e levar à população um evento repleto de atrações para todas as idades. “Sou muito família e fiz questão, junto com o prefeito Pedro Bigardi, que a Feira tivesse essa marca. É um espaço para o encontro de pais, filhos e amigos”, frisa.

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O desafio exigiu a mobilização de toda a equipe do Fundo Social, que neste ano segue trabalhando para manter a qualidade e a essência do tradicional evento. Em cada preparativo, o resgate dessa história marcada pela caridade e voluntariado aparece. “O trabalho está a todo vapor. Estamos montando tudo com muito carinho, levando em conta tudo o que foi feito no passado”, comenta a primeira-dama.

Ela destaca que a expectativa para o evento neste ano, marcado para os dias 26, 27 e 28 de setembro; 3, 4 e 5 de outubro é positiva. “A ideia é fazer com que as entidades arrecadem ainda mais nesta edição. Também esperamos um público maior que o do ano passado, quando atingimos 42 mil visitantes.”

Margarete fez questão de mostrar para Mercedes Marchi cada detalhe. E a memória da simpática senhora não falha quando ela toca em um dos assuntos favoritos: a Feira da Amizade. As lembranças da festa, fundada por ela, estão todas guardadas nos livros de capa azul, com recortes de jornais e fotografias antigas.

Mercedes conta que a feira foi inspirada na filha, Martha Ladeira Marchi, que nasceu com síndrome de Down, em 1955. Na época, a menina era atendida pela Apae. “Minha intenção foi proporcionar a outras crianças um bom tratamento e boa estrutura das entidades da cidade, como foi com a minha filha”, lembra Mercedes.

Com esse propósito, em 1969, nasceu a Feira da Bondade, que dois anos depois teve o nome alterado para Feira da Amizade. A verba das duas primeiras edições foi doada para que a Apae construísse a sede, na Vila Arens.

O prédio foi inaugurado em 1971. “Eu sabia que a fundadora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Ignez Aparecida Oliveira Silva Enfeldt, tinha o sonho de construir um edifício novo para a instituição, já que a sede na avenida Doutor Cavalcanti não era suficiente para o atendimento didático e profissional”, destaca a fundadora.

Prestígio
Após colaborar com a associação, Mercedes prosseguiu com a festa, que ajudou diversas instituições do município. “Continuamos o trabalho, que rendeu bons frutos. Graças a Deus conseguimos fazer a diferença na vida dessas entidades.”

Mercedes ao lado do então presidente Médici, em 1971

Ela frisa que o prestígio era tanto que, em 1971, tempos de Ditadura Militar, o então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, participou da abertura. “Ele abraçou e beijou as crianças do Sesi. Além disso, nós demos uma toalha para ele presentear a esposa. Por conta dessa visita, a feira ficou conhecida em todo o Brasil e isso colaborou para o sucesso do evento nos anos subsequentes”.

Na época, os organizadores cobravam 2 cruzeiros como entrada. Dessa vez, a entrada será gratuita. “Achei muito bom a Margarete optar pela entrada franca. O importante é que as pessoas gastem dentro da festa e colaborem com as entidades”.

A Feira foi realizada por 30 anos e teve até uma sede própria, na rua Carlos Sales Block, no Anhangabaú. O espaço foi batizado de Casa da Amizade. “Infelizmente, por falta de apoio, tivemos que parar em 1999. E agora, graças à coragem da primeira-dama Margarete Bigardi essa festa tão bonita está de volta, estou muito feliz”, comenta Mercedes.

Serviço
A Feira da Amizade será realizada no Parque Comendador Antônio Carbonari (Parque da Uva), nos dias 26, 27 e 28 de setembro; e 4, 5 e 6 de outubro. Às sextas-feiras, o evento será das 18h às 22h; aos sábados, das 10h às 22h; e, aos domingos, das 10h às 20h. A entrada é gratuita.

Luana Dias
Fotos: Alessandro Rosman e Arquivo pessoal