Visita a Sorocaba estuda planos de mobilidade urbana
Publicada em 04/09/2014 às 10:26Uma comitiva de técnicos da Prefeitura de Jundiaí, liderada pelos secretários Daniela da Câmara (Planejamento e Meio Ambiente) e Wilson Folgosi (Transportes), realizou visita de intercâmbio ao sistema ciclístico de Sorocaba, considerado referência no setor. A medida é parte dos preparativos para o novo Plano Municipal de Mobilidade Urbana a ser implantado no município em 2015, dentro das metas de governo do prefeito Pedro Bigardi.
“Para reunirmos os diversos pontos de vista referentes ao tema da mobilidade, consideramos importante que a equipe técnica tenha contato com experiências desse tipo”, afirma Daniela.
O secretário Wilson Folgosi destacou que a iniciativa, envolvendo ainda técnicos da Secretaria de Obras e da Secretaria de Esportes e Lazer, visou a subsidiar os debates técnicos necessários para uma nova visão de mobilidade na cidade. “Sem deixarmos de cuidar da demanda dos automóveis, é preciso termos uma cultura voltada para os diversos modais de transporte”, acrescentou.
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Com 115 km de ciclovias, de acordo com o engenheiro José Carlos Almeida (da Urbes, empresa municipal que divide ações com a Secretaria de Transportes na cidade), o sistema de Sorocaba teve três fases implantadas ao longo de seis anos.
A primeira foi o plano cicloviário, que exigiu no mapeamento uma “redescoberta” da cidade com seus fluxos de trabalho e lazer (como entre bairros populares e polos industriais e comerciais ou ligando a parques e ao centro) e também de mudança da cultura, que era contra o uso da bicicleta por questões como topografia.
A segunda fase foi o incentivo ao uso com a criação de campanhas educativas, eventos como os passeios ciclísticos anuais partindo das quatro regiões da cidade (e também eventos 24 horas).
E na terceira fase a opção foi pelo serviço de empréstimo gratuito de bicicletas, hoje com 152 delas disponibilizadas em 19 estações através de controle integrado ao cartão de transporte. O custo, de R$ 65 mil mensais, é bancado pelo governo.“O sistema é rotativo, então a validade é de uma hora durante a semana e duas horas aos domingos. O atraso na devolução pode bloquear temporariamente o acesso e a distância entre estações é calculada para permitir esse uso, com estatísticas em tempo real’, comentou Almeida.
Na visita, a cidade também apresentou pesquisa de mobilidade na qual 32% indicaram usar transporte não-motorizado (a maioria a pé), 26% o transporte coletivo e 42% o transporte motorizado individual.
Como o plano não visa a metas numéricas, mas a implantação do sistema para a população, o serviço é apenas parte do processo. A comitiva técnica observou pontos de uso do canteiro central de avenidas ou de faixas de linhas de alta tensão para ciclovias, assim como alguns pequenos trechos de ciclofaixas segregadas ou compartilhados entre ciclistas e pedestres. Outra foi a presença de bicicletários em estações de transferência de linhas de ônibus.
No centro antigo da cidade, nem ciclovias e nem ciclofaixas. Com a liberação do uso de “lombofaixas” (faixas de pedestre elevadas na mesma altura das calçadas) em todos os acessos da área e símbolos de bicicleta pintados no chão das ruas, os motoristas ficam sabendo que a velocidade máxima na área é de 30 km/h e que estão compartilhando as ruas com ciclistas e pedestres.
“O equilíbrio entre os diversos modos de mobilidade vai ser nosso principal foco, não necessariamente repetindo as experiências vistas porque temos nossas realidades diversas”, comentou Wilson.
Para Daniela, o contato com experiências concretas vai estimular os debates na reta final do plano. “Também temos, como eles, muitos grupos na comunidade que contribuem com boas ideias”, frisou.
Entre as propostas vistas, uma das mais recentes é um equipamento para concessão de uso que pode unir uma lanchonete com área de estacionamento de bicicletas.
Além da elaboração do plano mais geral, a questão das ciclovias tem diversas novidades em andamento em Jundiaí com trechos discutidos nas contrapartidas de empreendimentos adotadas desde o ano passado pelo governo Pedro Bigardi ou inseridos em projetos de infraestrutura elaborados pelo poder público, como é o caso do ônibus de trânsito rápido (BRT).
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Fotógrafos PJ
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