Prefeitura analisa ações de defesa da Serra do Japi
Publicada em 10/11/2014 às 18:27Mesmo com o retorno de chuvas, dentro de um ano de estiagem atípica para o clima da região, a Prefeitura de Jundiaí continua estudando os efeitos desse fenômeno em uma das principais áreas de conservação ambiental do município, a Serra do Japi.
O principal saldo positivo das ações foi atingido, que era evitar danos para a parte mais elevada e de mata densa que forma a Reserva Biológica Municipal (Rebio). E as ações conseguiram preservar total ou parcialmente mais de 90% do território.
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“Mas ainda estamos atentos porque a estiagem atingiu o lençol freático profundo, como mostraram poços secos em propriedades rurais e o quase desaparecimento de nascentes. Foi um forte estresse no bioma”, comenta o diretor de Meio Ambiente da Prefeitura, Flávio Gramolelli Júnior.
Outra ação citada pelo comandante da Guarda Municipal, José Roberto Ferraz, é um sistema de indicadores que está sendo concluído para análise da eficiência das medidas de prevenção ou mesmo de contenção de fogo por parte da Divisão Florestal – unidade criada com pioneirismo pela cidade e ausente em outros municípios, até mesmo da própria serra.
Na Coordenadoria de Defesa Civil, ao lado dos 10 alertas de situação de emergência por baixa umidade do ar voltados para a saúde dos moradores ao longo do ano, o trabalho envolveu uma retaguarda para o trabalho dos guardas.
“No caso da Serra do Japi, nosso trabalho é reforçar a colaboração com o Corpo de Bombeiros, muitas vezes com a Secretaria de Serviços Públicos, em outras áreas urbanas e rurais da cidade para que a Guarda possa se concentrar na Serra do Japi”, explica Fernando Sálvia Mazzei, integrante da coordenação.
A articulação com outras forças como o Aeroclube, no caso da Guarda; das brigadas industriais convidadas pelo Ciesp, no caso da Casa Civil; de empresas convidadas pela Proempi, no caso da Defesa Civil; da capacitação de propriedades como a Fazenda Ermida, no caso da Guarda; e também de outras forças como os Bombeiros e a Polícia Militar são ações que devem continuar sendo implantadas.
Efeitos imprevisíveis
“Acho que nenhum de nós viu antes uma estiagem como essa”, afirmou a presidente do Conselho de Gestão do Território da Serra do Japi, a arquiteta Rosana Ferrari, que também promove um balanço informal com os demais conselheiros.
Considerada um refúgio de biodiversidade, a Serra do Japi tem mais de 9 mil hectares na parcela de Jundiaí, que inclui a área tombada pelo Governo do Estado em 1983 (e dentro dela a Reserva Biológica Municipal, criada em 1992) e mais as zonas de conservação ambiental e amortecimento da Ermida, na Malota e na Terra Nova definidas no Plano Diretor.
As espécies mais sensíveis a alterações ambientais, lembra a técnica Luciana Maretti, são os anfíbios. No ambiente aquático desse território já foram registradas mais de 30 espécies de peixes. No caso de incêndios na floresta, o risco é também causar o “efeito borda” de mudança no conjunto de espécies de árvores por alterações de luz, temperatura e ventos.
Ao lado da estiagem hídrica, os levantamentos finais sobre incêndios estão sendo concluídos sobre o alcance dos focos principais e também de efeitos secundários como fogo no sub-bosque durante a estiagem. Praticamente todos os casos, entretanto, ocorreram nas bordas do território e mostraram o risco da proximidade da área urbana e de rodovias para a integridade do ambiente.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Arquivo PMJ
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