Projeto Ponte Torta ‘encontra’ o Complexo Fepasa
Publicada em 03/12/2014 às 10:01Um encontro simbólico está marcado para esta sexta-feira (5), com a chegada da carreta itinerante do projeto Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta ao espaço interno do Complexo Fepasa, nome atual das antigas oficinas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Afinal, a lendária companhia de trens tem origem na década de 1870 e o monumento que está sendo recuperado é da década de 1880.
Quase 150 anos depois, esse encontro entre duas grandes histórias de Jundiaí será marcado pelas atividades da carreta das 14h às 17h, com um tema que parece prosaico mas é vital para o patrimônio histórico: o controle de pragas contra a biodeterioração das construções antigas (um dos vetores mais conhecidos são as pombas urbanas).
A palestra e debate sobre o assunto fazem parte do processo de formação de pessoas no tema chamado zeladoria.
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“Muitos bens de valor são destruídos por falta de informações sobre como cuidar de construções com técnicas usadas em outros tempos. Isso é zelar, cuidar”, explica a secretária Daniela da Camara Sutti, do Planejamento e Meio Ambiente.
Mas não é preciso ser interessado nesse assunto específico para aproveitar a visita da carreta ao Complexo Fepasa, que oferece serviços como o Poupatempo, a Fatec Jundiaí e o Museu da Companhia Paulista.
O Estúdio Sarasá, que conduz o projeto, vai estar presente também com uma equipe de filmagem para gravar os depoimentos de moradores interessados em lembrar de detalhes de sua relação com o monumento, desde seu uso como caminho de pedestres ou momentos de amizade, namoro ou até mesmo de sabores como a barraca de garapa, a feira livre ou a bebida de mesmo nome que eram feitos em suas proximidades.
“Venham deixar seus depoimentos, é um convite que vale para qualquer idade”, ressalta Daniela Colagrossi, da equipe técnica da Prefeitura.
Também para a diretora do Museu da Companhia Paulista e conselheira do Compac (Conselho Municipal do Patrimônio), Angélica Ribeiro, a presença da carreta do projeto da Ponte Torta no Complexo Fepasa carrega um significado importante. “São duas referências históricas da mesma fase da cidade no século 19”, afirma.
Dentro da metodologia usada na parte de zeladoria do projeto, o evento encerra uma fase chamada de entendimento, que contou com os encontros semanais para ampliar a visão sobre os aspectos históricos e afetivos da Ponte Torta dentro da cidade. Os próximos eventos continuam no mesmo formato, mas abrem uma nova fase chamada de pertencimento, de conteúdo mais técnico e detalhado para todos os participantes. Todos são sempre abertos ao público em geral.
Conservação também começa
Nesta terça-feira (2) também foi iniciada a instalação dos suportes do trabalho de conservação do próprio monumento da Ponte Torta, que vai caminhar em paralelo com os trabalhos de zeladoria. A primeira iniciativa da equipe técnica, que conta com profissionais experientes em projetos de instituições como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi a instalação das bases metálicas que vão sustentar as chamadas “torres” com que vai ocorrer o trabalho de higienização e aplicação de ceras especiais no monumento de Jundiaí, além dos estudos de recomposição de áreas destruídas pelo tempo, por vandalismos ou por outros vetores, além da reconstrução de partes (como alguns dos 50 mil tijolos usados em sua construção original que estão faltando). Nos próximos dias, a montagem da inédita estrutura de trabalho estará visível para os moradores da cidade.
Novos eventos
No dia 13 de dezembro (sábado), das 9h às 12h, a carreta vai para o estacionamento da Universidade Paulista (Unip), reunindo estudantes de restauro do curso de arquitetura e outros interessados. O tema vai ser a documentação e o imageamento do patrimônio histórico.
E, na sexta (19), das 14h às 17h, a carreta estará no estacionamento do Complexo Argos, ao lado da Biblioteca Pública, com o tema das técnicas de conservação e restauro de monumentos, bens e materiais.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Dorival Pinheiro Filho
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