Laboratório de entomologia agiliza ações de controle da dengue
Publicada em 22/01/2015 às 14:24 O laboratório de entomologia do Centro de Vigilância e Controle de Zoonoses, órgão da Secretaria de Saúde, analisou 918 amostras de larvas de mosquitos em 2014. Desse total, 728 eram do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. As amostras são recolhidas durante as ações permanentes de prevenção e controle da doença na cidade.Na avaliação da coordenadora do Programa Municipal de Controle do Vetor Transmissor da Dengue, a biomédica Ana Lúcia Castro, o alto número de amostras positivas para o mosquito da dengue mostra que a espécie está urbanizada e que tem encontrado no ambiente urbano condições perfeitas para se proliferar.
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“Isso mostra que a gente precisa redobrar os cuidados com a dengue e nunca deixar água parada em recipientes que possam servir de criadouro para o mosquito”, alerta Ana Lúcia.
A área de entomologia no Centro de Zoonoses de Jundiaí foi criada em 2002. “São poucas as cidades que contam com esse setor. Antes, as amostras eram enviadas para São Paulo ou Campinas para análise e o resultado demorava até um mês”, destaca o responsável pelo laboratório, o agente Emerson Luís Gonçalves.
“Com o laboratório aqui a gente consegue agilizar as análises, identificar as diversas espécies de mosquito que estão presentes no ambiente urbano e iniciar as ações imediatamente”, diz Emerson. Os agentes chegam com a amostra, normalmente larvas, e já é feita a análise. “Se for necessário, o agente pode voltar no mesmo dia ao local para realizar ações de prevenção, como o bloqueio de foco, que são visitas a imóveis vizinhos.”
Banco de dados
As análises feitas no laboratório de entomologia também abastecem o banco de dados da Zoonoses, que são a base do trabalho da vigilância. Em 2014, foram registradas 9 espécies diferentes de mosquitos na área urbana. Ao todo, o banco de dados conta com 15 espécies diferentes.
“Esse trabalho é importante porque quando a doença entra na cidade normalmente já estamos preparados, temos informações sobre o vetor e podemos agir rapidamente. A gente conhece o comportamento, os criadouros que prefere e a região que a espécie prevalece”, explica Ana Lúcia.
Ela exemplifica o caso do Aedes albopictus, mosquito transmissor da Chikungunya. “Já temos essa espécie na cidade há muitos anos, antes até do Aedes aegypti, mas ela não era transmissora. Quando foram registrados casos da doença no Brasil, a gente sabia em que bairros havia a espécie e já iniciamos as ações de prevenção”, lembra Ana Lúcia. Em Jundiaí, ainda não foi registrado caso da doença.
Niza Souza
Fotos: Alessandro Rosman e Divulgação
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