Ponte Torta: patrimônio é assunto social, diz especialista
Publicada em 23/01/2015 às 18:31O tratamento correto para a conservação de construções antigas ou históricas pode evitar os custos muitas vezes impraticáveis das grandes restaurações e até mesmo os danos causados por tentativas inadequadas de modernização. Essa foi a lição apresentada nesta sexta-feira (23), na Biblioteca Municipal Nelson Foot, pelo especialista Toninho Sarasá, que trabalha para a Prefeitura de Jundiaí no projeto Ações de Conservação e Restauração da Ponte Torta.
“Ele é um dos nomes mais respeitados nessa área no País. Nessa mesma linha de trabalho, estamos desenvolvendo os estudos solicitados pelo prefeito Pedro Bigardi para a área das antigas oficinas da Companhia Paulista (Complexo Fepasa) neste ano”, comentou a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti.
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Para Toninho Sarasá, a formação de pessoas no conceito de zeladoria social é uma das formas mais importantes de multiplicação na área de patrimônio. Ao narrar diversos casos surpreendentes, ele mostrou o ofício de agradecimento do Ministério da Defesa pela ação em unidade que abriga o casarão Brigadeiro Tobias, em Sorocaba, onde se gastavam recursos vultosos em tintas acrílicas que na verdade alimentavam um processo destrutivo do material. A solução do uso adequado de cal, devidamente orientado, solucionou o problema – assim como em cidades como Paraty, Iguape e muitas outras.
“Na Ponte Torta também encontramos argamassas de cimento que faziam propriedades diferentes da argamassa original com cal”, comentou.
Diversos outros pontos da cidade já possuem pessoas preocupadas com as questões envolvendo o patrimônio, como o caso das locomotivas da Companhia Paulista ou das casas originais da antiga Colônia.
Na próxima semana, pequenas visitas monitoradas aos trabalhos podem ser iniciadas para o grupo envolvido na zeladoria, que tem novo encontro na sexta (30), a partir das 14h, também na Biblioteca, com a palestra de Jean Camoleze, do Museu Histórico e Cultural.
“Nosso trabalho é criar sementes e apoio. O patrimônio é uma questão também social”, explicou Toninho ao citar projetos em fazendas antigas do Vale do Paraíba, em que os descendentes de antigos trabalhadores do ciclo do café podem superar traumas sociais ao voltarem ao circuito dentro do turismo ou da conservação. Ele também narrou o resgate de uma dança de São Gonçalo em outro projeto, que exigiu até a localização de um violeiro de sítio para reensinar a tradição aos interessados.
Durante as oficinas do programa dentro da 32ª Festa da Uva, nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, foi anunciada a exibição de um vídeo com a montagem de diversos depoimentos colhidos até o momento, ao lado de outras atividades – e a continuidade de gravações de novos depoimentos. Antes disso, ocorre uma oficina descentralizada neste sábado (24), a partir das 10h, no Jardim Novo Horizonte.
A perspectiva é que o projeto esteja concluído em março, tanto em sua parte material quanto no aspecto social de zeladoria.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Alesandro Rosman
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