Futuro da água exige também apoio a propriedades rurais
Publicada em 08/07/2015 às 17:32A noção de uma cidade autossuficiente em água é um dos mitos atingidos por levantamentos do Plano Diretor Participativo. Em 2014, apesar de toda a estrutura avançada e de uma barragem com capacidade de reserva para dois meses, houve captação em todos os dias do ano nas bombas instaladas no rio Atibaia. Esse alerta reforça a importância da atenção com o tema.
O conceito excessivo sobre as reservas de água, usado por alguns anos na cidade, também desmorona outro mito que é a noção de que a qualidade de vida prescinde do estímulo para o desenvolvimento agrícola e rural como atividade essencial no século 21. Os grandes bairros rurais, não por acaso, coincidem com as bacias hídricas do rio Jundiaí-Mirim (que abastece 98% da população) e do rio Capivari (que forma mananciais para cidades vizinhas).
A ocupação urbana desordenada nessas regiões do município pode comprometer o futuro dos moradores da cidade e de sua economia, pois empresas industriais, comerciais ou de serviços não funcionam sem água. O cenário extremo de 2014 mostrou que a dependência do rio Atibaia, parte do Sistema Cantareira, pode gerar risco de colapso diante de anormalidades climáticas.
O reflorestamento das bacias desses rios, assim como o apoio para proprietários rurais desenvolverem novas formas de conservação das nascentes, é uma necessidade contemporânea no município. Com o entendimento de que existe uma relação intensa entre produção de água e atividades rurais também ficam claros outros serviços ambientais, cênicos ou de turismo desempenhados nessas áreas para a comunidade como um todo.
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Esses dados são parte dos subsídios para a elaboração da proposta de governo que será apresentada aos moradores no 2º Fórum do Plano Diretor Participativo.
Veja os objetivos estratégicos definidos:
1. Preservação, Conservação e Recuperação de Ecossistemas Hídricos e Naturais;
2. Proteção, Promoção e recuperação de Bens e Imóveis de Interesse Histórico Cultural e iniciativas culturais;
3. Proteção e Promoção do Desenvolvimento Rural e da Produção Agrícola;
4. Fortalecimento da Base Econômica local;
5. Melhoria na Mobilidade Urbana e nas condições de acessibilidade;
6. Regulação do Uso e Ocupação do Solo e da Produção Imobiliária;
7. Contenção da Urbanização dispersa e desordenada;
8. Aproveitamento de Imóveis Ociosos localizados em áreas urbanas consolidadas;
9. Melhoria das Condições Urbanas dos bairros, com oferta adequada de equipamentos de educação, saúde, esporte, lazer e cultura;
10. Provisão Habitacional de Interesse Social;
11. Urbanização e regularização fundiária de assentamentos precários ocupados pela população de baixa renda e de interesse específico;
12. Gestão Democrática com fortalecimento da participação popular nas decisões dos rumos da cidade.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: reprodução
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