Entenda o desenho do novo conjunto da Ponte Torta

Publicada em 11/12/2015 às 10:53

A Ponte Torta, ao passar da característica de ponte para a nova categoria de monumento, ganhou uma série de atrações sutis para os visitantes ou moradores e que forma uma espécie de “linhas invisíveis” que podem ser descobertas a cada visita. O trabalho elaborado pela equipe da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, em parceria com o Estúdio Sarasá, criou esses detalhes com foco na valorização da história da cidade orientada pelo prefeito Pedro Bigardi.

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Os elementos do projeto buscam colocar o monumento em diálogo com a cidade

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A base do monumento
Quem entrar na praça Erazê Martinho, surgida na rotatória onde está a Ponte, vai encontrar um retângulo de granito e cercado de bancos retos inspirados na “proporção áurea” de origem grega (onde cada quadrado gera um novo retângulo idêntico na sobra). Uma linha mais escura corta essa área mais ou menos entre a rua Professor João Luiz de Campos, no Vianelo, e a avenida Paula Penteado (historicamente chamada de rua Torta), que aponta o acesso ao Centro Histórico. Orientado em sua inclinação por essa antiga rua Torta, o retângulo parece questionar se é a ponte ou a cidade que está torta. Até a tampa de esgoto do local foi personalizada com o nome do monumento.

Conceito usados no projetoO vão materializado

O vão materializado
Fora do retângulo principal, um grande círculo criado com tijolos semelhantes aos originais da Ponte Torta reproduz o principal elemento visual e técnico que destaca o monumento originário de 1.888. Como o arco é uma técnica de destaque no mundo da construção ocidental, pelo menos a partir dos romanos, seu diâmetro foi buscado como uma visão em “positivo” do tamanho em “negativo” do vão existente nesse tipo de construção. Foi instalado em um ponto que permite também a visualização do arco que inspirou o círculo.

A projeção sobre o rio
A forma do retângulo orientado pela Ponte Torta permitiu que uma de suas pontas esteja em balanço sobre o rio Guapeva, reforçando essa conexão com parapeito transparente. A medida permite tanto a contemplação mais próxima do arco da Ponte Torta como também das águas que correm por baixo dela e que motivaram essa extraordinária construção de 50 mil tijolos no século 19, marcando a transição para a era industrial e operária. Ali nota-se que a base retangular foi inclinada perpendicularmente à rua Paula Penteado (antiga Rua Torta), criando um contraste de inclinação entre a cidade representada por essa rua e a própria ponte.

O mirante
Surgido como um prolongamento externo, o mirante no início da Esplanada do Monte Castelo foi construído com tijolos semelhantes aos originais da Ponte Torta para garantir uma identidade visual e sensorial aos visitantes. Seu pequeno muro de acesso está alinhado com os bancos da praça do retângulo, assim como seu quadrado principal tem correspondências com o monumento, formando as “linhas invisíveis” de conexão entre os diversos elementos do projeto. Também promove uma ligação entre o conjunto e a área verde do entorno.

Avanço
O projeto não soluciona completamente o conflito criado entre o ruído urbano gerado pela prioridade absoluta ao transporte individual motorizado com os cuidados com a cidade, seus moradores e sua memória que agora foram revalorizados na iniciativa. Mas visa despertar um novo olhar na comunidade. O trabalho foi coordenado pela secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti, e envolveu uma parte da equipe. As orientações acima tiveram a cooperação dos arquitetos Eduardo Martinho e Stephany Prado.

José Arnaldo de Oliveira
Foto: Fotógrafos PMJ

Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2015/12/11/entenda-o-desenho-do-novo-conjunto-da-ponte-torta/