Equipe do Samu reencontra garoto após salvamento
Publicada em 11/06/2016 às 16:17O dia 28 de maio vai ficar marcado na memória do médico Felipe Mercante, do enfermeiro Júlio Rodrigues e do socorrista Wagner Padovani, que fazem parte da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Jundiaí. Naquele dia, a primeira ocorrência atendida – um homem de 73 anos que se engasgou, teve uma parada cardíaca por 7 minutos e foi reanimado – era um presságio do estava por vir.
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Faltava pouco mais de uma hora para aquele plantão acabar quando a equipe recebeu a última chamada do dia: uma criança atropelada. “Quando chegamos, vimos que o estado do garoto era muito grave, um traumatismo cranioencefálico”, recorda o médico.
O pequeno Henry Gabriel, de apenas 3 anos, saiu correndo da casa onde participava de uma festa infantil em direção à avenida Frederico Ozanan e foi atingido por um motociclista. Quatro minutos depois da chamada, a equipe do Samu estava no local. “Chegamos a pensar que ele não conseguiria se recuperar”, lembra Padovani.
Felizmente, contrariando as piores expectativas, a pronta recuperação de Henry surpreendeu a todos. Ele passou por uma cirurgia delicada no Hospital São Vicente e depois foi transferido para o Hospital Universitário (HU), onde ficou internado desde então. Em ambos hospitais foi atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
E, nesta sexta-feira (10), quase duas semanas depois do acidente, a equipe do Samu voltou a se encontrar com Henry, que acabara de receber alta do hospital. “Essa é a prova que Deus existe. É gratificante ver que ele está bem, andando, falando e brincando. Essa é a nossa recompensa, é o que faz a gente continuar trabalhando nessa área em que vemos tantas tragédias”, diz Júlio.
O encontro encheu de emoção o pequeno quarto do HU. Henry distribuiu abraços e sorrisos para todos os visitantes, mostrando que a única sequela, por enquanto, é a cicatriz da cirurgia em sua cabeça. “Só tenho a agradecer. O socorro chegou rápido e eles salvaram a vida do meu filho. É uma felicidade cada vez que ele abre os olhos”, disse, emocionada, a mãe do garoto, Kelly Castro Santos, de 24 anos.
O médico Felipe, que é cirurgião-geral e de trauma, conta que após o atendimento ficou ansioso, sempre buscando notícias do estado de saúde de Henry. “Todos os atendimentos são especiais, mas quando se trata de criança, é mais complicado, tem uma comoção maior. A gente tem de separar a emoção do racional. Mas não tem dinheiro que pague um momento como esse”, destaca o médico, lembrando a importância do trabalho e dedicação de toda a equipe do Samu. Neste caso em especial, a atendente da base Edilaine e o rádio operador André.
Niza Souza
Fotos: Alessandro Rosman
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