Cães que vivem na Serra têm coleta de material para exame na quinta (11)
Publicada em 05/08/2016 às 16:14Uma equipe da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente esteve em 32 propriedades rurais do entorno da Reserva Biológica da Serra do Japi para o agendamento de ações de prevenção de doenças silvestres em cães na quinta-feira (11). A medida é um projeto-piloto em uma das linhas recomendadas pelo Programa Município Verde e Azul (PMVA), da conexão entre saúde humana e meio ambiente, e foi orientada pelo registro de circulação de alguns animais domésticos pelas câmeras fotográficas em infravermelho que passaram a ser usadas no monitoramento de fauna no ano passado.
A ação vai envolver a coleta de amostras por equipes do Departamento de Meio Ambiente e da Coordenadoria de Bem Estar Animal (Cobema), voltadas principalmente para a detecção de indícios mesmo assintomáticos de leishmaniose e leptospirose. Os exames vão ser feitos em laboratório do Centro de Controle de Zoonoses do Estado. Amostras de fontes de água utilizadas pelos moradores também vão ser analisadas pelo laboratório da DAE.
A área do projeto-piloto, que depois vai ser replicado em outras regiões do território de gestão da Serra do Japi, é a antiga Estrada do Mirante – atual avenida Brasil Tâmega, na zona protegida inclusive pela Divisão Florestal da Guarda Municipal e que com a avenida Gumercindo Barranqueiros e a avenida Jundiaí formava um dos acessos originais da serra pela região do Centro Histórico e que aos poucos foi invadido pela expansão urbana.
De acordo com a equipe inicial do agendamento, formada pelos técnicos do setor Adriano Zonaro, Luciana Maretti e Karina Lima, a preocupação foi muito bem recebida pelos proprietários ou caseiros das áreas envolvidas. Uma das causas atuais de novas doenças é a invasão humana de áreas de mata e os cuidados com animais domésticos (pets) contra doenças silvestres também evitam que as doenças desses animais, como as cinomoses, possam infectar a fauna nativa.
“O questionário aplicado junto a essas áreas sobre o cotidiano dos animais também é importante para ajustarmos ações preventivas”, afirma o diretor Marcelo Pilon.
Consciência
De acordo com o monitor da Base Ecológica da Serra do Japi, o biólogo Ronaldo Pereira, a percepção empírica é de redução do número de animais domésticos abandonados na região. “Além de uma maior consciência, as pessoas sabem cada vez mais que abandono ou maus tratos são crimes”, afirma ele, em convergência com a campanha de guarda responsável divulgada pela Cobema com parceria da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente com a Secretaria de Educação.
Para a coordenadora pedagógica Neichelle Fabrício Langona, da escola municipal Pedro Clarismundo Fornari, a relação das pessoas com o meio precisa ser valorizada. Ela cuidou da visita de uma classe de sexta série dos alunos da região do Rio Acima em uma trilha educativa da Rebio e destacou que os conceitos de solo e de rochas vistos em sala de aula ganham outro sentido com uma visita. “Percebem na prática a relação disso com as outras partes do ambiente, inclusive a vida”, destacou.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Paulo Grégio
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