Futuros guardas municipais passam por avaliação final em Libras
Publicada em 28/06/2018 às 18:00Proposta considerada inovadora na história da instituição, o aprendizado de Libras – a língua brasileira de sinais que possibilita a integração e comunicação com os surdos – foi inserida a partir deste ano no Curso de Formação de Guardas Municipais (CFGM) de Jundiaí, reforçando o compromisso da atual Administração em promover o relacionamento cada vez mais próximo entre os agentes de segurança pública municipal e a população, especificamente os segmentos que apresentam algum tipo de deficiência especial.
Iniciativa contou com a parceria entre a instituição – por meio do Centro de Instrução, Formação e Aperfeiçoamento Técnico Profissional (Cifatp), e a Associação e Clube de Surdos de Jundiaí. Com experiência e cursos realizados para especialização, a GM Andreia Melo Pontes foi a instrutora responsável pela apresentação do conteúdo durante a capacitação. Além de aulas teóricas em nível básico de Libras, os participantes também simularam diálogos e situações comuns à atividade dos agentes de segurança pública junto a pessoas que apresentem algum tipo de deficiência, no caso específico os surdos.
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Finalizando os trabalhos para a formação, foi constituída uma banca examinadora que avaliou o grau de aproveitamento dos futuros guardas municipais. Coordenador do Cifatp, o subinspetor Erich Streng Godoi conduziu a avaliação feita pelo professor de Libras, Vinicius Schaefer – também formado em Administração de Empresas e Pedagogia, e a instrutora e intérprete há 20 anos, Abenaildes de Oliveira Santos, a Deni, que é docente de Literatura Inglesa e Língua Portuguesa. “Eu não havia realizado anteriormente qualquer tipo de trabalho num órgão de segurança pública, é muito gratificante perceber o interesse dos participantes e o empenho para ir além do aprendizado, vivenciar situações e disponibilizar-se no auxílio ao próximo: a emoção, o coração aberto, colocar-se no lugar do outro para buscar a comunicação. Um olhar diferenciado da Guarda Municipal de Jundiaí”, declarou.
Portador de deficiência auditiva, o professor manifestou o seu reconhecimento pela iniciativa. “A Guarda Municipal de Jundiaí abre as portas para promover uma interação diferenciada; os alunos demonstraram grande interesse e sensibilidade. Uma capacitação com esse nível é muito importante e fundamental para facilitar no dia a dia dos agentes, a aproximação com o próximo, o atendimento.
Trará um grande desenvolvimento pessoal para o grupo; o surdo sendo tratado como um igual, como o é, com os mesmos direitos e deveres, sem ocorrer falhas na comunicação ou mesmo prejudicar. O pensamento e a atitude da Guarda Municipal de Jundiaí nessa linha de aprendizagem merece a nossa melhor estima.”
Vinícius conta que é o início de um grande trabalho, a auto-estima torna-se mais elevada uma vez que já sofreu muito com a falta de comunicação, o medo que as pessoas têm de se aproximar de um deficiente auditivo, principalmente se o mesmo estiver em atitude suspeita, o que também pode acontecer. Informa que no Estado de São Paulo existem 500 mil surdos buscando viver em harmonia, fazer-se entender.
Resultados superaram as expectativas
Segundo o graduado, a instituição pretende ampliar o trabalho para que todo o efetivo possa ser inserido. “Somos uma referência na prestação pontual de serviços à população, a orientação necessária durante um atendimento, seguindo os padrões pré-estabelecidos pela Corporação, principalmente na projeção para as demais Guardas Municipais que buscam a formação a partir da padronização de procedimentos e atendimentos, em conformidade com o Estatuto Geral das Guardas Municipais. A carga horária para a formação específica em Libras é de 40 horas/aula para que os participantes alcancem a proficiência ou seja, conhecimento, habilidade e competência técnica para comunicar-se com pessoas portadoras de deficiência auditiva durante as abordagens que devem ser específicas.
Promover a capacitação em Libras era um sonho que se tornou realidade na história da instituição, principalmente por poder contar com pessoas como o Vinícius, a Deni, e a GM Melo. Inicialmente trabalhamos a empatia entre os alunos, para depois chegarmos ao nível máximo de compreensão sobre a necessidade e importância do tratamento igualitário junto aos deficientes auditivos.”
Assessoria de Imprensa GMJ
Foto: GM Guerino
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