Jundiaí conclui curso nacional sobre emergências climáticas e projeta novas estratégias para territórios vulneráveis
Publicada em 22/06/2025 às 09:15Técnicos de diferentes áreas da Prefeitura de Jundiaí concluíram, neste mês de junho, a participação no curso nacional “Emergências Climáticas: Implementando Soluções em Territórios Urbanos Vulneráveis”, promovido pelo Ministério das Cidades em parceria com o Lincoln Institute. O município foi um dos dez selecionados, por meio de processo seletivo, para integrar a formação que contou com 48 horas de atividades, entre encontros assíncronos e aulas síncronas com especialistas reconhecidos nacionalmente.

A engenheira florestal Karina de Lima, da Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA), explica que a formação teve início em abril e promoveu uma importante troca de experiências entre os municípios. “Durante a fase assíncrona, cada cidade compartilhou sua realidade e seus desafios. Isso nos permitiu identificar pontos em comum e refletir sobre estratégias conjuntas. Já os encontros síncronos aprofundaram temas técnicos, como soluções baseadas na natureza e resposta a situações como deslizamentos, alagamentos, queimadas e ocupações em áreas de risco”, detalha.
Em Jundiaí, 14 profissionais participaram do curso, entre servidores da UGPUMA, da Defesa Civil e do Departamento de Água e Esgoto (DAE). Para a arquiteta e urbanista Sylvia Angelini, do Departamento de Urbanismo da UGPUMA, a formação foi importante para consolidar uma visão integrada e intersetorial da crise climática. “Foi fundamental para fortalecer o diálogo entre os servidores que já atuam com o tema, além de aprendermos com iniciativas que já estão em andamento em outras cidades, como os planos municipais do clima e os comitês interdisciplinares de resposta às emergências”, avalia.
Aplicação prática em território vulnerável
Durante o curso, os técnicos da escolheram um projeto da cidade para apresentar. O escolhido foi o projeto de requalificação urbana do bairro São Camilo, que já vem sendo desenvolvido pela UGPUMA e é considerado prioritário pela atual gestão.
Segundo a arquiteta e urbanista Alissandra Bernardini de Oliveira, o projeto prevê a integração entre os bairros São Camilo e Vila Aparecida, superando um desnível de 40 metros por meio de escadarias, arborização e áreas de convivência. “É uma região marcada pela escassez de áreas verdes e vulnerabilidades históricas. A proposta é qualificar esse trajeto cotidiano da população, oferecendo infraestrutura com soluções baseadas na natureza, como os jardins de chuva, que ajudam na drenagem e no controle da velocidade da água da chuva”, explica.
A obra, que já conta com recursos destinados, está em fase final de adequações para licitação.
Novas diretrizes e fortalecimento institucional
Durante o curso, os técnicos também tiveram contato com ferramentas de planejamento e financiamento para ações climáticas, o que deve orientar novas diretrizes locais. Uma das propostas em discussão é a criação de um comitê interdisciplinar permanente para a crise climática. A ideia é que o grupo reúna diferentes unidades da gestão para garantir uma abordagem transversal, contínua e articulada sobre o tema.
“Vimos que várias cidades já estruturaram comitês desse tipo, que funcionam não apenas em momentos de emergência, mas como espaços de planejamento e ação constante. É essencial que a mudança do clima seja compreendida como uma questão coletiva e integrada, e que as políticas públicas priorizem os territórios e grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e populações de áreas com infraestrutura precária”, afirma Sylvia.
“O próximo passo é apresentar os resultados do curso aos gestores das áreas que participaram do curso e ao prefeito, sugerindo encaminhamentos para buscar uma maior sinergia entre todos os planos, programas e ações desenvolvidos pela administração e, a partir disso, construirmos um plano de enfrentamento às mudanças climáticas para Jundiaí”, afirmou Guilherme Lima, Diretor de meio Ambiente da UGPUMA.
Educação para o enfrentamento climático
Para os técnicos, o curso representou não apenas uma oportunidade de qualificação, mas também um reforço institucional à agenda ambiental. “Estar em um curso promovido pelo Ministério das Cidades e por uma instituição de referência como o Lincoln Institute nos dá respaldo técnico e político para seguir avançando na construção de uma cidade mais resiliente e justa frente à crise climática”, finaliza Karina.

Assessoria de Imprensa
Fotos: UGPUMA
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