No lançamento do programa ‘Conversas de Patrimônio em Jundiaí’, Cultura trata de Acessibilidade
Publicada em 15/10/2021 às 12:33Com a participação das arquitetas especialistas em acessibilidade e patrimônio, Silvana Cambiaghi e Érika Fioretti, a Unidade de Gestão de Cultura (UGC) lançou, na tarde dessa quinta-feira (14), o programa “Conversas de Patrimônio em Jundiaí”, uma iniciativa do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), que tem por objetivo refletir e propor ações sobre patrimônio histórico e cultural da cidade.
Na primeira mesa redonda o tema proposto foi “Acessibilidade e Patrimônio”, tendo sido escolhido já que em outubro, no dia 11, comemorou-se o Dia Nacional do Deficiente. Segundo o diretor do DPH, Elizeu Marcos Franco, a ideia é realizar encontros mensais sempre com um tema alusivo ao mês da promoção, com transmissão ao vivo pelos canais oficiais da Cultura Jundiaí, no Facebook e do YouTube, podendo ser acessados a qualquer momento, já que permanecerão gravados.
Para Silvana Cambiaghi, mestre em Desenho Universal pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade de São Paulo (CPA), muitas pessoas pensam que um bem tombado tem que permanecer congelado. “Não é assim, um bem tombado tem que ser acessível a todos. O que não pode é um projeto ruim comprometer o bem tombado”, disse a arquiteta.
Apresentando diversos casos de bens tombados que passaram por adequações e retificações de acessibilidade, como a Cinemateca de São Paulo, a Sala São Paulo, o Theatro Municipal, o Museu do Ipiranga, entre outros, Silvana Cambiaghi comentou sobre o maior desafio neste momento para a CPA, que é o Estádio Municipal do Pacaembu, que precisa atender uma diversidade de usuários. “Estamos no início, nos primeiros passos de um grande projeto que demandará um grande estudo em que a criatividade e técnicas deverão garantir o direito de acessibilidade a todos os cidadãos”, finalizou a arquiteta.
Já Erika Fioretti, arquiteta especialista em conservação, restauro e gestão de obras de patrimônio cultural e planejamento urbano, que integra o Grupo de Conservação e Restauro de Bens Tombados da UPPH e é Conselheira suplente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), fez um breve relato das ações do Condephaat que atualmente tem 518 patrimônios materiais tombados e 141 outros bens em fase de estudo.
Relatando que grande parte do acervo protegido não tinha os acessos necessários para acessibilidade universal, Érika mostrou as intervenções realizadas com implantações de rampas, passarelas, guarda corpos, corrimãos entre outras soluções para locais como o a Igreja da ordem Terceira de São Francisco de Assis, em São Paulo que foi totalmente restaurada, ou no projeto da Fortaleza de Barra Grande, no Guarujá, que se candidatou para ser reconhecido como patrimônio mundial e para isso há que atender a requisitos como sustentabilidade e acessibilidade universal.
“Nós do patrimônio entendemos que é preciso usar muito da criatividade com soluções alternativas para tornar os espaços tombados, acessíveis a todo e qualquer tipo de pessoa, seja com dificuldade de locomoção, seja cadeirante, seja com um carrinho de bebê, enfim as pessoas precisam ter acesso ao bem que se tornou um patrimônio e isso nós buscamos no exercício da criatividade e o uso da tecnologia”, concluiu Érika.
Agenda
O programa “Conversas de Patrimônio em Jundiaí”, já está com a agenda de temas definidos para os dois próximos encontros: em novembro o programa irá tratar da Consciência Negra e em dezembro do aniversário de Jundiaí.
Assessoria de Imprensa
Foto: Fotógrafos PMJ
Assista ao primeiro encontro do “Conversas de Patrimônio em Jundiaí”
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