Pesquisa na Serra do Japi registra mais de 20 mil borboletas e revela riqueza da biodiversidade
Publicada em 08/10/2025 às 14:00A Base Ecológica da Serra do Japi recebeu, nesta semana, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma estudante panamenha para a continuidade de um dos mais longos estudos sobre borboletas frugívoras em andamento na América Latina.

Coordenado pelo professor André Victor Lucci Freitas, o grupo realiza há 14 anos um monitoramento contínuo na floresta jundiaiense, um trabalho de relevância internacional para compreender as relações entre biodiversidade e mudanças climáticas.
Segundo o biólogo André Tacioli, técnico de laboratório da Unicamp e integrante do projeto, os registros de borboletas na Serra remontam ao início da década de 1990. “No livro de 1992, o professor Brown já havia registrado cerca de 600 espécies e estimava entre 700 e 800 espécies na região. Nosso grupo trabalha com as borboletas frugívoras, aquelas cujos adultos não visitam flores, e já registramos mais de 100 espécies apenas nesse monitoramento”, explica.
O estudo utiliza cinquenta armadilhas distribuídas em cinco trilhas, metade no sub-bosque e metade no dossel, a parte mais alta da floresta. A metodologia permite comparar as comunidades em diferentes camadas e revelar padrões de comportamento e diversidade.
Mais de 20 mil indivíduos já foram registrados, revelando histórias sobre a biodiversidade da Serra e reforçando a importância de sua conservação.


Monitoramento de longo prazo
De acordo com Letícia Carlesso de Paula Sena, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Unicamp, a pesquisa fornece dados essenciais para entender como as espécies respondem às mudanças ambientais. “Temos uma série temporal de 15 anos, com coletas mensais. Isso nos permite observar alterações na abundância, diversidade e época de voo das borboletas, informações valiosas diante das mudanças climáticas”, destaca.
Embora as análises estatísticas finais ainda estejam em andamento, os pesquisadores já percebem algumas variações. “Após o período de seca intensa de 2014 e 2015, houve um aumento expressivo na abundância de indivíduos, seguido de uma redução acentuada. A partir de 2022, começamos a observar uma recuperação gradual”, explica Letícia.
Intercâmbio internacional
Nesta etapa, a equipe conta com a participação da estudante Ana Cecilia Padilla Zamora, da Universidade do Panamá, que realiza intercâmbio acadêmico na Unicamp. Formada em Biologia Animal, Ana Cecilia tem experiência de campo com borboletas e veio ao Brasil para aprender as técnicas laboratoriais desenvolvidas no Laboratório de Borboletas da universidade.
“Em meu país não há laboratórios especializados nesse grupo de insetos. Vim ao Brasil para conhecer as metodologias e me preparar para o mestrado na Unicamp. A diversidade que encontrei na Serra do Japi é incrível, e estou muito feliz por aprender tanto em tão pouco tempo”, afirma a pesquisadora.

Patrimônio científico e ambiental
O superintendente da Fundação Serra do Japi, Flávio Gramolelli Jr., ressaltou a importância da presença constante de pesquisadores na área. “A Serra do Japi é um verdadeiro laboratório a céu aberto. Pesquisas como essa contribuem para o avanço científico e consolidam Jundiaí como referência em pesquisa e preservação ambiental”, destacou.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafo PMJ
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