Em evento, Igualdade Racial homenageia a mulher negra
Publicada em 25/07/2014 às 22:37 A jovem Isabela Galdino, de 22 anos, deixou o cinema de lado na noite desta sexta-feira (25) e trouxe o namorado, Withnei, para prestigiar a exibição do filme “25 de julho – Feminismo Negro Contado em Primeira Pessoa”, que ocorreu no auditório do 8º andar do Paço Municipal de Jundiaí.Estudante de serviço social na PUC-Campinas, Isabela acredita ser importante – fazendo parte da sociedade negra – estar inteirada e participar de atividades desse tipo. “Acho imprescindível ficar por dentro do que está sendo falado, debatido e feito para a mulher negra. Quero participar disso”, disse, em tom engajado, alertando que o racismo ainda existe, mas “hoje em dia está mais sutil do que antes”.
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A exibição da obra, que completou 1 ano de lançamento na data, reúne depoimentos de 12 mulheres negras e moradoras em periferias. A ação faz parte da agenda da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial (Cepppir), alusiva ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Afro-Latinoamericana e Caribenha.
O diretor do filme, Avelino Regicida, ou simplesmente Regicida, acompanhou a exibição, participando, na sequência, de um debate com os participantes. “O objetivo do documentário é abordar até onde o feminismo discute o universo da preta e da pobre, até onde essa mesma mulher se sente acolhida pelo 8 de março (Dia Internacional da Mulher)”, conta o autor.
Sorridente na entrada do auditório e com um turbante verde que brilhava sobre a cabeça, Mariana Laiola, de 29 anos, é uma das mulheres que fazem parte do filme com a história de vida. Moradora na Vila Brasilândia, zona noroeste de São Paulo, a mulher de voz mansa e pausada participa de um coletivo de mulheres negras militantes.
“Contei no filme um pouco da minha vida, de coisas que senti na pele, como lutar por uma saúde pública de qualidade, uma educação decente para meu filho, a luta diária contra o racismo”. Graduada em Ciências Sociais e docente, Mariana conta que foi vítima de preconceito, principalmente, quando cursava a universidade, em razão da cor da pele e de ser cotista.
Avançar
Para o coordenador da Cepppir, Vanderlei Victorino, a data guarda uma oportunidade de colocar na pauta do dia a especificidade da mulher negra, além de discutir ações concretas na construção de políticas para abrigar esse universo.
A ocasião também marcou o lançamento do livro “Mulheres Negras”, de Adeildo Vila Nova (presente no encontro) e Edjan Alves dos Santos.
Thiago Secco
Fotos: Alessandro Rosman
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