Uma história, um violão e uma lição de superação

Publicada em 30/10/2014 às 16:52

Fazer parte dos 5% de brasileiros que sobreviveram ao surto de poliomielite que atingiu o País nas décadas 60 a 70 não é motivo de orgulho para Reinaldo Fernandes, que está à frente da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência. Mas também não representa nenhum grande trauma na vida dele que, ao contrário de se lamentar pelas limitações físicas que a doença deixou, usa sua história de vida para levar palavras de motivação e otimismo para quem, como ele, luta por uma política de inclusão cada vez mais ampla.

Em Jundiaí, pelo menos, Reinaldo consegue fazer a diferença no caminho daqueles que buscam condições de igualdade como cidadãos. Não é à toa que ele foi convidado pelo prefeito Pedro Bigardi para estar à frente da Coordenadoria. Para atingir suas metas no processo de inclusão, é preciso mais do que boa vontade em ajudar. Reinaldo faz parte do grupo que clama por inclusão.

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A palestra foi um convite do pessoal do Rotary Club

A palestra foi um convite do pessoal do Rotary Club

No dia 24 de outubro, Dia Internacional de Erradicação da Poliomielite, Reinaldo teve a oportunidade, mais uma vez, de falar de sua missão à frente da Coordenadoria e também de sua história de vida, ao ser convidado para palestra aos membros do Rotary Clube de Jundiaí Serra do Japy, que tem na presidência Nailor Gropelo.

“Experiência de Vida e Poliomielite” foi o tema de sua palestra, marcada pelo bom humor e descontração, as formas que ele utiliza para mostrar que a vida pode ser tão boa também para quem é deficiente físico.

O violão que acompanhou Reinaldo na palestra teve tanta significância quanto suas palavras. Quando foi diagnosticado com poliomielite, aos 9 meses de vida, estava condenado, pelos prognósticos da Medicina, a nunca mais se movimentar, de nenhuma forma. “Quanto mais andar. E eu, aos 5 anos, usava duas muletas e alguns aparelhos ortopédicos, num esforço hercúleo de minha mãe para me movimentar”, relembra Reinaldo. Esforço que lhe permitiu, anos mais tarde, dar seus primeiros e mais seguros passos.

Na adolescência, com as limitações físicas completamente agregadas à sua rotina de vida, Reinaldo já se permitia alimentar outros desejos e os acordes em um violão, ainda que com as mãos trêmulas, era um deles. Foi além do que sonhava. Como um habilidoso músico que se tornou, fez até carreira paralela, tocando e cantando na noite.

“Nas minhas palestras, não pode faltar a canção “Sampa”, considerada uma das mais complexas em termos de acordes para cordas. Mas é a que melhor representa a minha superação à doença e às limitações que ela deixou”, revela Reinaldo.

Como titular da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência, Reinaldo se vê como um privilegiado, na medida em que, mais do que ninguém, conhece as dificuldades dos deficientes. “Talvez por fazer parte desse rol de pessoas é que temos conseguido articular todas as forças existentes no nosso setor e avançar na construção de uma política de resultados, que faça a diferença”, diz.

Com o violão, Reinaldo conta como superou as limitações

Com o violão, Reinaldo conta como superou as limitações

Sobre a poliomielite
O Brasil – assim como toda a América Latina – já foi certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como livre do vírus da poliomielite. Essa vitória sobre o vírus ocorreu, sobretudo, pelas campanhas de vacinação realizadas desde a década de 80.

Atualmente, é importante participar da campanha de vacinação para manter o País livre da circulação do vírus que ocasiona a doença. A vacina é a única forma de prevenção.

Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2014/10/30/uma-historia-um-violao-e-uma-licao-de-superacao/