Virada Negra: Afoxé combate a intolerância por meio da música

Publicada em 11/11/2014 às 14:15

A música do grupo Afoxé Omi Alado traz o resgate cultural africano e afro-brasileiro para a Virada Negra de Jundiaí, marcada para os dias 19 e 20 de novembro. O grupo, fundado há apenas um ano em Campinas, se apresenta no Carnaval, movimentos da Consciência Negra, além de eventos promovidos pela Secretaria de Cultura daquela cidade.

A Virada Negra 2014 é uma realização da Prefeitura de Jundiaí e conta com organização da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial (Cepppir). Por determinação do prefeito Pedro Bigardi, o objetivo do evento é comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra e oferecer uma interação com as diversas formas de expressão da cultura negra.

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Eduardo e Fabiana: Idealizadores do Afoxé Omi Alado

O casal idealizador do grupo, Fabiana Barra Grande Fagundes e Eduardo Adonis Fagundes, ambos herdeiros de casa de Candomblé, têm o Afoxé como uma forma de combater a intolerância racial e religiosa.

“A música é a uma forma de derrubar o preconceito. O nosso grupo é uma instituição não governamental, que preza a cultura africana e tem como objetivo levar a discussão do que é a religião, do que é o afoxé e acabar com a discriminação”, explica a psicóloga de 24 anos, que diz já ter sido discriminada por ser negra e do Candomblé.

O Afoxé é um ritmo afro que significa ‘a fala que faz’. O grupo Afoxé Omi Alado é formado inicialmente por 20 homens na charanga (nome dado à bateria) e 20 integrantes na dança. O atabaque, timbal e diambê são tocados apenas por homens, já o agogô pode ser tocado também por mulheres.

Para todos
Fabiana explica que o afoxé é democrático e aberto para todos que quiserem participar, mesmo quem nunca tenha ido a um ensaio.

“A base do afoxé é o ijexá, o ritmo e o passo para se dançar. Quem é do Candomblé já sabe e quem não conhece pega fácil. Basta vestir uma roupa branca e se juntar a nós”, convida Fabiana.

Afoxé Omi Alado no carnaval de 2013, em Campinas

Os idealizadores que estão batalhando por mais apresentações e apoios agradecem o espaço na Virada Negra de Jundiaí. “A cidade tem uma história e uma comunidade comprometida com a luta negra muito bacana. Levantar essa bandeira contra a intolerância por meio do Afoxé em outras cidades é incrível. Esperamos despertar o interesse das pessoas para conhecer a cultura e quebrar o preconceito”, completa a psicóloga.

O grupo Afoxé Omi Alado se apresenta na praça São Bento (Fórum), quinta-feira (20). Outras apresentações também acontecerão das 10h às 16h. Confira a programação completa:

Dia 19 de novembro (quarta-feira):
19h30 – Missa Afro na Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Vila Arens)
23h – Balada Virada no Clube 28 de setembro

Dia 20 de novembro (quinta-feira):
08h30 – Marcha da Consciência Negra

Das 10h às 16h – Na Praça do Fórum:
Praça de Alimentação com culinária típica Africana e Afro-brasileira
Apresentação de capoeira
Apresentação de Afoxé – Grupo Afoxé Omi Alado
Apresentação de Tambores Africanos
Apresentação do grupo Tambores de Inkice (maracatu)

18h – No Polytheama:
Apresentação da Cia Ruad
Show de Encerramento com Fanta Konate

Luiza Ronchi
Foto: Divulgação


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2014/11/11/virada-negra-afoxe-combate-a-intolerancia-por-meio-da-musica/